Aliados incondicionais e parceiros de chapa na eleição presidencial de 2010, o empresário Guilherme Leal, dono da fabricante de cosméticos Natura, e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, pré-candidata do PSB a vice-presidente de Eduardo Campos, separaram seus projetos políticos.
Em vez de abraçar a causa da Rede Sustentabilidade, grupo idealizado por Marina que não obteve assinaturas necessárias para registro na Justiça Eleitoral e opera hoje dentro do PSB, Leal criou sua própria organização: a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps).
Apesar dos nomes parecidos, as propostas das duas “Redes” são bem diferentes. E elas não caminharão juntas na campanha. “Continuo respeitando muito a Marina Silva. Entendo que a alternância de poder será positiva, mas não estarei na linha de frente desta vez”, afirmou Leal ao Estado no intervalo de um dos encontros da Raps na semana passada, em Indaiatuba, interior paulista.
A ajuda financeira de R$ 25 milhões, que há quatro anos elevou Leal à condição de principal financiador do projeto presidencial do PV, partido ao qual a ex-ministra estava filiada na época, também não está garantida nesta sucessão. “O tempo dirá”, afirmou, sobre possíveis aportes de recursos no projeto Campos-Marina.
Inspirado em uma organização argentina, a RAP (Rede de Ação Política), o projeto da Raps começou a ser gestado pelo empresário logo após o término da eleição de 2010. A ideia era montar uma estrutura “transversal” aos partidos políticos para garimpar lideranças e formar quadros.
Para os “marineiros” mais engajados, essa parecia seria a oportunidade perfeita para lançar o embrião de um partido político e começar a desenhar a estratégia da campanha de Marina em 2014. A ideia, porém, foi rechaçada por Leal. “Marina buscou formar um partido. Partido é parte. Nossa abordagem é diferente”, explica.
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