Fernando Brito no Tijolaço
O dia começou no Ocidente com uma bomba diplomática.
O parlamento de Crimeia decidiu, ao que parece por unanimidade, antecipar para o dia 16, o domingo da próxima semana, um referendo popular para decidir se a república permanece associada à Ucrânia, como está desde pouco depois da queda da União Soviética, ou se vai se integrar, com o mesmo status de autonomia, à Rússia.
As perguntas, tais como aprovada pelo Conselho Supremo da Crimeia, serão escritas em russo, ucraniano e tátaro da Crimeia, os três maiores grupos étnicos locais:
1) Você apóia a reunificação da Crimeia com a Rússia como integrante da Federação Russa? 2) Você apóia a restauração da Constituição da República da Crimeia, em 1992, que tornou o Estado da Crimeia parte da Ucrânia?
Ninguém duvida que, posta em votação, a ligação com a Rússia vá prevalecer.
O argumento de manter a integridade territorial da Ucrânia terá dificuldades em prevalecer.
Não apenas porque a reunião entre Crimeia é recente e limitada como, sobretudo, porque a orientação do Ocidente, desde a Iugoslávia, tem sido a de apoiar as autonomias locais.
Só que, no caso da Ucrânia e da Crimeia, a chamada”estratégia da balcanização” (muito bem descrita por Mauro Santayanna em artigo noJornal do Brasil, funcionou ao contrário, porque, desta vez, a fragmentação é pró-russa.
Como ficarão os “paladinos da democracia” para pretender algo diferente da vontade popular?
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