segunda-feira, 3 de março de 2014

BARBIE CONVOCA "MARCHA DA FAMÍLIA"


Ato relembra percurso de 1964, dias antes de o ex-presidente João Goulart ser derrubado; na 
época, a organização coube a então primeira-dama do estado, Leonor de Barros;
manifestação é organizada como incentivo para um golpe militar.

247 - Ultraconservadora e reacionária, a jornalista(?) do SBT Rachel Sheherazade convoca em sua
página no Facebook a participação dos brasileiros na segunda edição da Marcha da Família com Deus
pela Liberdade.
A primeira aconteceu em 1964, dias antes de o ex-presidente João Goulart ser derrubado, e foi
organizada pela então primeira-dama do estado, Leonor de Barros.
A marcha, segundo Felipe Patury, da revista Época, foi marcada para o próximo dia 22, em São Paulo,
na Praça da República rumo à Catedral da Sé.
O grupo diz contar com a simpatia do filósofo Olavo de Carvalho e até de Denise Abreu, a petista que
mandou na aviação civil no governo Lula e ficou famosa por sua predileção por charutos.
A âncora do SBT conclama seus seguidores: “Gente boa, sempre vou defender a família. Participe da
marcha, divulgue, mostre sua defesa em favor dessa instituição criada por Deus”. Ela, que tem sido
bombardeada nas redes sociais e no meio jornalístico por incentivar o que chama de “ordem com
próprias mãos”, não diz, no entanto, que o ato tem sido organizado como incentivo para um golpe
militar.

Sheherazade, ameaçada por Chaves (o 
Chapolim, não o Hugo), vira madrinha do 
pelotão. “Mico” ou sinal dos tempos?



Caro contribuinte paulista, você quer ver como é gasto o seu dinheirinho?
Quer saber como é a “inteligência” da polícia de São Paulo?
Então leia esta história que, juro, não é mentira.
Diversas viaturas de PM foram mobilizadas para proteger Rachel Sheherazade, a treme-terra do SBT, contra perigosos manifestantes que iriam exigir de Sílvio Santos a substituição da “âncora” do jornalismo da emissora. E que pediam, no seu lugar, ou Chaves-Chapolim ou então o “Seu Madruga”…
Na falta de sequer um só manifestante, os guapos rapazes da PM, sem ter com quem exercitar os seus “instintos mais primitivos” e sem nada de importante para fazer, posaram para fotos com a “madrinha do pelotão”, como você vê aí em cima.
O episódio não é apenas ridículo, mas revelador do “mix” de idiotice, histeria e picaretagem envolvido nessa história.
A página não é anônima, é apenas uma piada criada por dois rapazes, uma gozação óbvia. O que convocava?
“Porque o Seu Madruga e o pobre menino do barril tem muito mais a nos ensinar sobre tolerância e igualdade… Venha você também pedir pro Silvio colocar Chaves no lugar da Rachel Sheherazade.”
Nenhum incitamento e um milhão de vezes mais suave que qualquer comentário da dita cuja em rede nacional, por meio de uma concessão pública.
Se o SBT chamou a polícia, bastava ter passado por lá “uma viatura”, que ia chegar, rodar por ali e o policial avisaria pelo rádio: - Aí, chefia, é caô, não tem ninguém aqui não, positivo? Prosseguindo para alfa-bravo-charlie para atender ocorrência de briga de casal…
Mas não, veja o que publicou o UOL na sexta-feira: “Várias viaturas estão na porta do SBT, desde o começo da manhã de hoje, realizando um trabalho preventivo para a manifestação, marcada há alguns dias nas redes sociais, contra a jornalista e apresentadora Rachel Sheherazade, do “SBT Brasil”.”
Seria apenas um “mico”, se fosse o único.
Grossa picaretagem de Sílvio Santos, talvez por algum esqueleto que lhe reste da fraude do Banco Panamericano ?
Pode ser, mas ocorre dentro de um processo tão generalizado que não se pode crer que seja casual.
Ou será que ainda é preciso mais alguma coisa para dizer que se monta um clima de radicalização política que não existe senão na cabeça de um bando de fascistóides, do qual Sheherazade é apenas uma perigosa caricatura?
Será que é preciso algo mais para ver que a exploração midiática está levando a se criar um clima de confronto que não existe?
Será que, ingenuamente, os nossos “libertários” não vêem que a única coisa que conseguiram libertar foi a extrema direita do sarcófago em que se encontrava?
Será que nossos “juristas” não vêem que não é casual a movimentação indecorosa de Joaquim Barbosa no Supremo?
Será que acreditam que, a esta altura, com os apelos públicos a uma intervenção militar, já não há grupos contaminados dentro de nossas Forças Armadas?
A “onda de direita” no mundo e na América Latina é fruto da minha imaginação?
Será?
E será, sobretudo, que temos uma força política capaz de se contrapor a essa escalada insana?
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