segunda-feira, 3 de março de 2014

Alain Resnais mestre da 'Nouvelle Vague', morre aos 91 anos


Diretor francês Alain Resnais em foto datada de maio de 2012, durante Festival de Cinema de
Cannes.

Um dos principais representantes da Nouvelle Vague, o cineasta francês Alain Resnais morreu no 
sábado (01/03) aos 91 anos em Paris, “cercado pela sua família”, anunciou o produtor Jean-Louis Livi, 
segundo o jornal Le Monde.
Um dos nomes mais importantes do cinema francês, Resnais dirigiu 50 títulos em 78 anos de carreira. 
Entre suas obras de referência, destacam-se o documentário sobre campos de concentração nazista, 
"Noite e Neblina" (1955), "Hiroshima Meu Amor" (1959), que foi inspirado em um texto da escritora 
Marguerite Duras, e o longa “O Ano Passado em Marienbad” (1961).
Nascido em 1922 na cidade bretã de Vannes, Resnais permanecia ativo em sua paixão cinematográfica. Há cerca de duas semanas, ele havia recebido o prêmio da FIPRESCI (Federação Internacional de Críticos de Cinema) durante o Festival de Berlim, ao apresentar o longa "Amar, Beber e Cantar" (2014) - que também conquistou o prêmio de inovação artística Alfred Bauer na mesma ocasião.



Além destes dois últimos reconhecimentos, o diretor ganhou ao longo de sua carreira cinco prêmios César do cinema francês, dois Ursos de Prata de Berlim, três prêmios na Mostra de Veneza, um BAFTA e um prêmio especial do júri de Cannes.
Nouvelle Vague
Ao lado de Jean-Luc Godard e François Truffaut, o cineasta foi um dos grande nomes da Nouvelle Vague (“Nova Onda”, em francês), movimento experimental de transgressão estética no cinema dos anos 1960. No entanto, em suas obras, as questões políticas que abordava foram sempre vinculadas com uma preocupação metafísica sobre o imaginário, o tempo e a reformulação do sujeito após o desastre. Ou, como o filósofo francês Gilles Deleuze bem define: “Resnais só tem uma temática: a do homem que retorna da morte”.
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