quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

TELES PIRES UMA OBRA PRIMA


Uma visita ao canteiro de obras da usina Hidrelétrica de Teles Pires, embutida entre Alta Floresta e Paranaíta, em Mato Grosso, e Jacareacanga, no Pará, deveria ser obrigatória a todo brasileiro de 15 anos.
É uma prova da espetacular capacidade da Engenharia brasileira e o domínio de uma arte marcial de administradores pacientes e competentes.
É a guerra desigual que travam com o conjunto belicoso e reacionário que se formou, à sombra do interesse nacional americano, entre o Ministério Público e o Ibama.
Teles Pires está a 70% de ficar pronta em janeiro de 2015.
Das quatro grandes obras de energia do PAC – Belo Monte, Jiru e Santo Antonio – Tele Pires é a que está no prazo.
Cinco mil homens – salário piso médio de R$ 2.000/mês – e guindastes de 80 metros de altura, que podem administrar 60 toneladas – instalarão 5 turbinas de 300 toneladas, cada.
Iguais às de Itaipu.
Teles Pires pode produzir 1.820 MW, o que daria para iluminar a Cidade Maravilhosa.
Ela foi arrematada pelo menor valor de um leilão, no Brasil: R$58 por mw/h.
A energia mais barata do país !
Porém, a Teles Pires vai “entregar” a metade do que pode produzir: 900 mil MW.
Porque foi obrigada a produzir em “fio d’água”, como Belo Monte, para reduzir o tamanho do reservatório e alagar menos.
Teles Pires vai produzir a água que o rio verter.
Não vai poder encher o tanque e produzir tudo o que podia, com ou sem chuvas..
Ela foi constrangida pela monumental pressão exercida pelos interesses nacionais dos outros e seus instrumentos no Brasil – as ONGs que falam inglês, o Ministério Público, o Ibama, e a Rede da Bláblárina.
Teles Pires foi obrigada a deixar 15% de seu orçamento total – R$ 4 bilhões – em obras de infra-estrutura para os municípios e programas de preservação do meio ambiente.
A fauna, a pesca, 140 mil orquídeas, as bromélias – além de etnias indígenas e parques arqueológicos, como o sítio da Pedra Preta.
Teles Pires será um centro de irradiação de crescimento em todo o Norte de Mato Grosso.
A soja começa a subir de Sinop pra lá e os tratores já aparecem exuberantes nas calçadas dos revendedores em Alta Floresta.
O pássaro de preferência do ansioso blogueiro é o guindaste.
O quadrúpede que gostaria de preservar verdianamente é o trator.
No aeroporto de Sinop, o produtor de soja – 5 mil alqueires –, que migrou do interior do Paraná, vai se despedir da filha que passou no vestibular de Medicina, no Rio, via Enem.
E ele quase chora – de ódio – e cerra os dentes amarelecidos ao descrever a visita que recebeu de vigilantes do Ibama, em sua fazenda.
Armados, o autuaram porque um peão tinha três curiós numa gaiola.
Como um traficante de cocaína foragido, teve que fazer um acordo na Justiça e desembolsar R$ 5.500 para se ver livre da acusação.
Três curiós numa gaiola.
O piloto do Beechcraft que nos trouxe de Alta Floresta a Sinop - o mais experiente do norte do Mato Grosso - conta que levou os primeiros membros do belicoso Ibama que sobrevoavam a região da Teles Pires, ainda intocada.
E eles diziam: se depender de mim aqui não tem hidrelétrica.
Teles Pires é uma hidrelétrica de que o Brasil deve se orgulhar.
Do trabalho da Teles Pires e da Odebrecht, contratada para realizar a obra.
A Odebrecht é a maior produtora de quilowatts de energia elétrica no mundo.
Está ali, em Belo Monte, em Santo Antonio, no Peru, Equador, Venezuela e Angola.
Qual o maior medo de um engenheiro da Odebrecht em Teles Pires ?
Encontrar uma ossada de sagui numa mata ribeirinha e o Ibama e o Ministério Público, de espingarda em punho, pararem a obra por 15 dias, como já fizeram.
Quinze dias que resultam em 30.
Teles Pires venceu.
O Brasil pode confiar nela.
Na matriz energética do mundo, a hidreletricidade representa 18%.
No Brasil, 80%.
Ninguém sabe fazer usinas como os brasileiros.
Nenhum país tem ainda a bacia do Tapajós para explorar.
É por isso que o Brasil tem que ser constrangido a produzir eletricidade dentro de uma pia de cozinha.
Clique aqui para ler “Capitalismo com características brasileiras”.
Os Verdes não se dão por abatidos.
Nem se deixam prender em gaiolas.
Eles falam inglês.

Paulo Henrique Amorim




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