quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Santarém suportará essa carga pesada? Quem pagará a conta?


No Blog do Dutra

Hoje o fluxo de carretas geminadas já ultrapassa 2 mil mil unidades por mês, ou seja, a cada dia movimentam-se na cidade e cercanias em torno de 66 comboios. Com o avanço do asfaltamento da BR-163 e o aumento da produção de soja e milho no Mato Grosso, esse desfile tende a aumentar exponencialmente. Para a safra 2013/2014 a previsão de safra no Estado vizinho é de 25 milhões de toneladas, cálculo que não inclui a safra de milho, que está sendo desovada agora em parte pelo porto de Santarém. Se a exportação de grãos seguir essa perspectiva, em 2020 Santarém poderá ser uma cidade arrasada pelo fluxo anual de cerca de 40 mil carretas.
Qual a estrutura dessa cidade para tamanho movimento? Quem pagará a conta dos estragos que já são visíveis, incluindo o desfile de cavalos mecânicos em direção às praias quando os motoristas das carretas estão de folga?
Se medidas urgentes não forem adotadas, o preço a ser pago pela cidade é imenso. Os indicadores já estão à vista, como o afundamento de trechos da rodovia BR-163. A consagração de Santarém como ponto de passagem da riqueza produzida em outros Estados exige inteligência, agora, e medidas corajosas. Caso contrário, em breve se estará perguntando: Que vantagens isso tudo trouxe para o município e os seus habitantes?
Leia a seguir matéria do do G1 Santarém, de ontem:
Santarém, no oeste do Pará, pode ter até 2020, um fluxo anual de 40 mil carretas. A informação foi divulgada na manhã desta quarta-feira (30), pela coordenadora geral de gestão da informação da Secretaria dos Portos, Marina Pescatori, na reunião que discutiu o projeto de reurbanização da rodovia Santarém- Cuiabá (BR-163) no trecho urbano.


A 15 km do porto, as carretas aguardam a vez de descer a serra para desovar milho nos 
graneleiros Foto: MD, setembro 2013

De acordo com o diretor da Companhia Docas do Pará (CDP), Manoel Nascimento, atualmente, mais de 2 mil carretas passam por mês pelo porto de Santarém. Para 2030, a previsão é que 70 mil caminhões por ano circulem pela cidade. “A gente vai ter uma quantidade de caminhões bem grande. Óbvio que a distribuição é sazonal por causa da safra, mas a gente tem que ter esse planejamento para que o caminhão acesse a área”, afirmou.
No encontro, estavam representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), da Secretaria dos Portos, do 8º Batalhão de Engenharia e Construção (8º BEC) e da Companhia Docas do Pará (CDP).
A reunião abordou, entre outros assuntos, a organização de carretas que utilizam o porto de Santarém e as alternativas propostas para que o aumento do fluxo das carretas não prejudique o trânsito na área urbana.
Para diminuir o tráfego desses veículos, a Secretaria Estadual de Portos pretende utilizar um terreno cedido pelo 8º Batalhão de Engenharia e Construção (8º BEC) para ser a Área de Apoio Logístico Portuário. Este espaço será destinado à regulação do tráfego de carretas, que seguirão em direção ao porto.
De acordo com a Marina Pescatori, o pólo de armazenagem e distribuição de produtos industrializados da Zona Franca de Manaus podem, inclusive, ser instalados nessa área.
“Estamos em fase de contratação de uma cooperação com a Universidade Federal de Santa Catarina, para que a gente faça um estudo aprofundado dessa área e não ter somente a possibilidade de ter um estacionamento de caminhões, caso tenha também a ampliação aqui, uma zona franca, também vai poder ser uma zona industrial, uma zona de armazenagem, tudo vai funcionar com as funcionalidades essa área de apoio logístico deverá ter”, informou.
A previsão de recurso gira em torno de R$ 30 milhões para implantação da área de apoio logístico. Com o estudo, deve haver uma licitação para implantar a área com prazo ainda não definido, segundo informou a coordenadora.


Avenida Cuiabá já tem mudança com o aumento do fluxo de carretas. (Foto: Luana Leão/G1)

Obras na BR
Segundo informações divulgadas na reunião, o trecho que vai do porto até a entrada de Mojuí dos Campos, a aproximadamente 20 km de Santarém, também vai ser prolongado para dar funcionalidade ao projeto de logística. O prazo para que as obras comecem é 2014, com previsão de dois anos para a conclusão.
"A avenida Cuiabá, do viaduto que pega o acesso do aeroporto para cá, vai demandar um pouquinho mais por conta da interferência, e vai ter que ser remanejada ali a demanda de distribuição de energia, as varandas que ocupam a faixa onde vai ser feita a intervenção, vai demandar um tempo maior", informou o diretor de planejamento e pesquisa do Dnit, José Florentino Caixeta.
Ainda segundo Caixeta, a obra que prevê a duplicação da BR-163, que será até próximo a entrada do 8º BEC, também deve iniciar a partir de 2014.
Outro viaduto
Como parte do planejamento para evitar o congestionamento de carretas dentro da área urbana, o prefeito de Santarém, Alexandre Von, informou que uma das propostas é aumentar as vias de acesso para o porto. "Nós estamos defendendo a implantação de um novo viaduto na avenida Cuiabá, na confluência com a avenida Moaçara, para permitir uma mobilidade mais fácil entre os dois lados da cidade".

Pesquisa do blog:
Demonstrativo da CDP para 2012, fechado em dezembro:

Movimentação de mercadorias
TIPOS DE MERCADORIAS
TOTAL (toneladas)

SOJA

1.627.359

ENXOFRE, TERRAS E PEDRAS, GESSO E CAL
853.096

MILHO
727.629

COMBUSTÍVEIS E ÓLEOS MINERAIS E PRODUTOS
130.398

MADEIRA
47.379

VARIEDADES E BAZAR
25.770

CONTEINER
6.195

PRODUTOS SIDERÚRGICOS
5.127

PREPARAÇÕES ALIMENTÍCIAS DIVERSAS
2.490

ALCOOL ETILICO
842

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