segunda-feira, 9 de setembro de 2013

BR-163, as carretas invadem Santarém


Ontem à tarde 50 carretas operavam no ponto intermediário de Cipoal, a 15 km do porto da 
Cargill

No Blog do Dutra

Na entressafra da soja, abarrotadas de milho produzido no Brasil Central, centenas delas são agora parte da paisagem urbana de Santarém. Espalham-se por diferentes áreas da cidade à espera da vez de demandar o porto da multinacional Cargill para descarregar.


Com os depósitos do porto cheios, a descarga é feita aqui, antes de descer a Serra do Piquiatuba

As fotos mostram o entreposto, alugado pela Cargill, onde são depositadas toneladas de grãos, no bairro do Cipoal, distante 15 quilômetros do porto, no qual os silos já estão cheios à espera dos cargueiros que transportarão a produção para o exterior, a maior parte para a voraz China.
A rodovia BR-163, a Santarém-Cuiabá, nas suas partes asfaltadas, já começa a dar sinais de que não suportará tamanho peso. Entre os municípios de Santarém e Belterra já é possível observar o asfalto cedendo, afundando em muitos locais ou rachando nas bordas. Antes mesmo de ter completa a pavimentação dos seus mais de 1.700 quilômetros até Mato Grosso, a rodovia já avisa que não suportará esse trânsito por muito tempo.
Aos poucos vai tomando corpo essa forma de economia que saqueia a Amazônia e faz de várias de suas cidades meros pontos de passagem. A dúvida, se é que dúvida existe, que benefícios trará para Santarém e demais municípios por onde passa essa fila de carretas que logo mais será interminável nas 24 horas do dia? Estradas e ruas tomadas por esses trens sobre pneus, infraestrutura urbana precária agredida por milhões de toneladas. Lógica da economia colonial, os benefícios disso tudo vão pra longe, deixando os seus malefícios.
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