A exumação, que terá o acompanhamento de peritos argentinos e uruguaios, deverá ser realizada nos próximos três meses.
A decisão, tomada em uma reunião ocorrida em Brasília no último dia 24 de abril, foi confirmada nesta quinta-feira pela coordenadora do grupo de Relações com a Sociedade Civil e Instituições da Comissão, Rosa Cardoso.
A Comissão de Mortos e Desaparecidos já realizou um levantamento para rastrear os laboratórios capazes de fazer a melhor análise toxicológica do material que será colhido do corpo do ex-presidente.
A expectativa é que os componentes químicos utilizados num suposto envenenamento de Jango tenham se depositado nos ossos do ex-presidente, o que seria possível detectar com a tecnologia atual.
Em março, durante audiência pública da CNV em Porto Alegre, a família do ex-presidente fez um pedido formal para que o corpo fosse exumado. Desde então, o processo passou a ser analisado pela Comissão.
A hipótese é que Jango tenha sido assassinado mediante a adição de um cápsula com três tipos de veneno no frasco de medicamentos que ele tomava diariamente para combater problemas cardíacos.
O ex-agente da ditadura uruguaia Mário Barreiro, preso no Rio Grande do Sul por crimes comuns, afirmou em depoimento à Polícia Federal, em 2008, que participou da operação para matar João Goulart.
O envenenamento teria sido planejado e executado pela ditadura uruguaia a pedido do governo militar brasileiro, já que Jango havia recuperado seus direitos políticos e planejava voltar ao país.
O neto do ex-presidente e diretor de Acervo do Instituo João Goulart, Chistopher Goulart, comemorou a decisão. “É muito importante. Temos defendido esse procedimento há bastante tempo, para que possamos restaurar uma versão oficial mentirosa sobre a morte de Jango. Como os indícios de assassinato são fortíssimos, esperamos que a perícia traga provas científicas”, disse ele.
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