Perda florestal volta a crescer e o Estado mais atingido foi o Pará, com 227,8 quilômetros quadrados, seguido do Mato Grosso, com 208 quilômetros quadrados.
BRASÍLIA, 24 Set (Reuters) - A Amazônia Legal registrou desmatamento de 522,34 quilômetros quadrados no mês de agosto, o maior dado mensal desde julho de 2009, segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgadas nesta segunda-feira.
A perda florestal de agosto mostrada pelo sistema Deter, do Inpe, aponta ainda crescimento de 219,8 por cento no desmatamento na comparação com agosto do ano passado.
O Pará foi o Estado da Amazônia Legal que registrou o maior desmatamento, 227,82 quilômetros quadrados, seguido do Mato Grosso, que apontou perda de 208,98 quilômetros quadrados de florestal.
A Amazônia Legal está localizada nos Estados do Acre, Amazonas, parte do Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins. Segundo o Inpe, em agosto, somente 4 por cento da área da Amazônia Legal estava coberta por nuvens, que impedem o satélite de verificar áreas desmatadas.
Nos últimos 12 meses, segundo os números do Deter, o desmatamento somou 2.409,96 quilômetros quadrados, com o Mato Grosso liderando a perda florestal, à frente do Pará, que está em segundo.
Nos últimos 12 meses até agosto do ano passado, o Deter apontou desmatamento de 2.577,8 quilômetros quadrados.
O Ministério do Meio Ambiente informou, por meio de nota, que o pico de desmatamento registrado em agosto "se deve a fatores como a quebra da safra de milho nos Estados Unidos, que levou à abertura de novas áreas para o plantio de soja no Brasil, a alta da cotação do ouro no mercado internacional, que está provocando o incremento da atividade garimpeira ilegal e, principalmente, o aumento das queimadas".
Segundo a nota, os registros de desmatamento nos meses de agosto, setembro e outubro são historicamente mais altos, por conta do período de seca na Amazônia, que favorece a disseminação de focos de incêndio.
A pasta informou ainda que o mês de setembro deve mostrar uma reversão no quadro e que até o dia 20 deste mês foram registrados 130 quilômetros quadrados de áreas desmatadas.
O coordenador de campanhas de florestas do Greenpeace, Márcio Astrini, concorda com a influência que o mercado de commodities exerce sobre o desmatamento, mas acrescenta que o aumento do ritmo de destruição da floresta pode ser reflexo de uma postura leniente do governo.
"O governo tem dado um recado para o desmatador da Amazônia. E o recado é: pode desmatar, vale a pena", disse o ambientalista, citando o fato de a presidente Dilma Rousseff ter diminuído o ritmo de criação de Unidades de Conservação e as discussões sobre o Código Florestal, que alimentam, na opinião do coordenador, um sentimento de impunidade a quem cometer crimes ambientais.
OUTROS FATORES
André Lima, assessor de Políticas Públicas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), cita ainda outros fatores que, em conjunto, ajudam a explicar a alta no desmatamento da Amazônia em agosto. Entre eles, a eleição municipal, o esgotamento das ações de fiscalização e a discussão em torno do Código Florestal.
"Se você for olhar, em 2008 (ano de eleição municipal) também teve um pico grande de desmatamento", disse. "Não posso te dizer que isso esteja acontecendo agora, mas a gente sabe que em ano eleitoral existe uma pressão para que a fiscalização faça vista grossa."
O Deter é um sistema de alerta do Inpe que auxilia a fiscalização e o controle do desmatamento. O levantamento usa imagens e sensores de satélites para mapear áreas de degradação da vegetação.
Essa leitura, no entanto, é limitada pela resolução das imagens e pela cobertura de nuvens no momento em que as informações são colhidas.
Em agosto, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, comemorou a divulgação de dados que apontavam uma tendência de queda no desmatamento da Amazônia Legal.
Na ocasião, Izabella anunciou um queda de 23 por cento no ritmo de desmatamento medido entre agosto de 2011 e julho de 2012, comparado aos números de um ano antes. Também com base no Deter, a ministra divulgou ainda a menor área desmatada para o mês de julho, de 212 quilômetros quadrados, nos últimos quatro anos.
A perda florestal de agosto mostrada pelo sistema Deter, do Inpe, aponta ainda crescimento de 219,8 por cento no desmatamento na comparação com agosto do ano passado.
O Pará foi o Estado da Amazônia Legal que registrou o maior desmatamento, 227,82 quilômetros quadrados, seguido do Mato Grosso, que apontou perda de 208,98 quilômetros quadrados de florestal.
A Amazônia Legal está localizada nos Estados do Acre, Amazonas, parte do Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins. Segundo o Inpe, em agosto, somente 4 por cento da área da Amazônia Legal estava coberta por nuvens, que impedem o satélite de verificar áreas desmatadas.
Nos últimos 12 meses, segundo os números do Deter, o desmatamento somou 2.409,96 quilômetros quadrados, com o Mato Grosso liderando a perda florestal, à frente do Pará, que está em segundo.
Nos últimos 12 meses até agosto do ano passado, o Deter apontou desmatamento de 2.577,8 quilômetros quadrados.
O Ministério do Meio Ambiente informou, por meio de nota, que o pico de desmatamento registrado em agosto "se deve a fatores como a quebra da safra de milho nos Estados Unidos, que levou à abertura de novas áreas para o plantio de soja no Brasil, a alta da cotação do ouro no mercado internacional, que está provocando o incremento da atividade garimpeira ilegal e, principalmente, o aumento das queimadas".
Segundo a nota, os registros de desmatamento nos meses de agosto, setembro e outubro são historicamente mais altos, por conta do período de seca na Amazônia, que favorece a disseminação de focos de incêndio.
A pasta informou ainda que o mês de setembro deve mostrar uma reversão no quadro e que até o dia 20 deste mês foram registrados 130 quilômetros quadrados de áreas desmatadas.
O coordenador de campanhas de florestas do Greenpeace, Márcio Astrini, concorda com a influência que o mercado de commodities exerce sobre o desmatamento, mas acrescenta que o aumento do ritmo de destruição da floresta pode ser reflexo de uma postura leniente do governo.
"O governo tem dado um recado para o desmatador da Amazônia. E o recado é: pode desmatar, vale a pena", disse o ambientalista, citando o fato de a presidente Dilma Rousseff ter diminuído o ritmo de criação de Unidades de Conservação e as discussões sobre o Código Florestal, que alimentam, na opinião do coordenador, um sentimento de impunidade a quem cometer crimes ambientais.
OUTROS FATORES
André Lima, assessor de Políticas Públicas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), cita ainda outros fatores que, em conjunto, ajudam a explicar a alta no desmatamento da Amazônia em agosto. Entre eles, a eleição municipal, o esgotamento das ações de fiscalização e a discussão em torno do Código Florestal.
"Se você for olhar, em 2008 (ano de eleição municipal) também teve um pico grande de desmatamento", disse. "Não posso te dizer que isso esteja acontecendo agora, mas a gente sabe que em ano eleitoral existe uma pressão para que a fiscalização faça vista grossa."
O Deter é um sistema de alerta do Inpe que auxilia a fiscalização e o controle do desmatamento. O levantamento usa imagens e sensores de satélites para mapear áreas de degradação da vegetação.
Essa leitura, no entanto, é limitada pela resolução das imagens e pela cobertura de nuvens no momento em que as informações são colhidas.
Em agosto, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, comemorou a divulgação de dados que apontavam uma tendência de queda no desmatamento da Amazônia Legal.
Na ocasião, Izabella anunciou um queda de 23 por cento no ritmo de desmatamento medido entre agosto de 2011 e julho de 2012, comparado aos números de um ano antes. Também com base no Deter, a ministra divulgou ainda a menor área desmatada para o mês de julho, de 212 quilômetros quadrados, nos últimos quatro anos.
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