quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O HOMEM BALA ACERTA O ALVO (DE NOVO)


O jamaicano Usain Bolt, 25, tornou-se definitivamente o maior velocista de todos os tempos da Olimpíada. O maior astro do atletismo atual ganhou o bicampeonato olímpico na prova dos 200 m rasos, após ter conseguido a dobradinha nos 100 m. E virou o único homem a conseguir o feito em toda a história dos Jogos.

Por Paulo Nogueira

Por que Bolt é Bolt?
Quero dizer: todos amamos os perdedores, e no entanto torcemos loucamente por um vencedor como o jamaicano Usain Bolt.
Bolt contraria uma regra eterna.
Em condições normais, as 80 000 pessoas presentes ao Estádio Olímpico estariam torcendo contra Bolt hoje, nos 200 metros rasos, e há poucos dias, nos 100.
Mas não.
Claro: o talento extraordinário dele conta muito. Mas não é o fator mais determinante.
O que mais nos encanta em Bolt é a simplicidade, a humildade, a alegria. Em Bolt você enxerga um mundo melhor do que o de verdade, um mundo em que as pessoas riem, brincam e limitam as competições ao campo do esporte.
Meu tributo
No Planeta Bolt, as armas são não as bombas, não são os drones, não são as AKs 47 – e sim as pernas rápidas e a mente forte para suportar pressões extraordinárias. Com isso, e apenas isso, ele se tornou o primeiro atleta e defender com êxito o ouro olímpico nos 100 metros e nos 200. Venceu as duas provas em Beijing, venceu as duas provas em Londres.
Durante os 10 ou vinte segundos que dura uma corrida de Bolt, dependendo da distância, a humanidade fica melhor do que é. Infelizmente logo acordamos para a áspera realidade.
Bolt nos faz felizes, ainda que por alguns segundos.
Por isso o amamos.
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