quinta-feira, 26 de julho de 2012

Após Fukushima, mulheres japonesas perdem liderança no ranking mundial de longevidade


A expectativa de vida entre a população japonesa caiu depois dos desastres naturais que atingiram o país em 2011.

As mulheres japonesas deixaram de ser as mais longevas do mundo no ano passado, perdendo uma liderança ocupada há 26 anos, informou nesta quinta-feira (26/07) o Ministério de Saúde, Trabalho e Bem-estar do Japão. Um dos fatores responsáveis por esse dado foi o desastre ocorrido na região de Fukushima em 11 de março de 2011.
As autoridades do governo japonês apontam que as mulheres passaram a ter uma média de expectativa de vida de 85,9 anos, ou 0,4 anos a menos do que o índice registrado em 2010 (86,3). Com essa mudança, o Japão perdeu a liderança mundial de longevidade entre as mulheres. O novo detentor do posto passou a ser Hong Kong, com média de 86,7 anos.
Isso se explica porque mais de 56% das vítimas fatais do terremoto e tsunami tinham 65 anos ou mais e 75% dos desaparecidos tinham mais de 60 anos. O aumento do número de suicídios também foi apontado como um fator determinante para a diminuição desse número.
Os desastres naturais ocasionados pelo terremoto seguido tsunami ocasionaram grandes estragos na região leste japonesa, provocando a morte de aproximadamente 16 mil pessoas, além do colapso da usina nuclear de Fukushima-Daichii.
A queda na expectativa de vida no Japão não atingiu apenas as mulheres, mas também os homens. Em 2011, a expectativa de vida dos japoneses diminuiu 0,11 anos, atingindo a média 79,44 anos, assim como a dos italianos. No ranking mundial masculino, os suíços encabeçam a lista classificatória com a expectativa de 80,2 anos.
O Ministerio da Saúde, Trabalho e Bem-Estar não trabalha com dados consolidados que envolvam os dois sexos. As informações dos outros países são oficiais e provenientes de entidades internacionais, como a ONU.
A sociedade japonesa se converteu em um parâmetro mundial de longevidade em decorrência do desenvolvimento da medicina e da queda da taxa de natalidade no país. Esse fenômeno é bem perceptível no nordeste do Japão, que mesmo antes do terremoto sofria com o êxodo da população mais jovem devido à queda de postos de trabalho.
Apesar da diminuição da expectativa de vida, as autoridades japonesas afirmaram que mais de 45% das mulheres e 20% dos homens devem celebrar seu nonagésimo aniversário em boa saúde.
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