NO MAIOR RESGATE DE TODOS OS TEMPOS, A ESPANHA PODERÁ RECEBER ATÉ 100 BILHÕES DE EUROS PARA EVITAR QUE GRANDES INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS SE TORNEM INSOLVENTES; A QUESTÃO, AGORA, É SABER COMO FICAM OS INDIGNADOS (E DESEMPREGADOS) QUE TOMAM AS RUAS DE MADRI E OUTRAS METRÓPOLES ESPANHOLAS.
247 – O primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy fez de tudo para evitar que se usasse a palavra “resgate”, mas é disso que se trata. Não de qualquer resgate. Mas do maior resgate de todos os tempos, com cifras que podem chegar a 100 bilhões de euros.A Espanha está quebrada e essa falência se deve à má situação dos bancos, que sofrem com a bolha imobiliária. Como o desemprego na Espanha supera 24%, os espanhóis não têm conseguido honrar suas hipotecas.O pacote de socorro foi negociado neste sábado, numa reunião emergencial do Eurogrupo, que reúne todos os ministros de finanças da zona euro. De acordo com estimativas do jornal El Pais e de agências de notícias como Reuters e Bloomberg, o valor que se discute é de 100 bilhões de euros.
A questão é o que vem depois. Pacotes de apoio exigem, na maioria dos casos, contrapartidas de ajuste, que podem aprofundar as recessões. E o povo espanhol, que já trabalha com PIB negativo e tem uma multidão de indignados nas suas capitais, dificilmente aceitará novas doses de austeridade. Ou seja: a crise financeira pode se transformar, numa segunda etapa, em crise social, assim como está ocorrendo na Grécia. Uma saída possível para países em crise seria abandonar o euro e adotar suas antigas moedas: o dracma, no caso da Grécia, e a peseta, no caso espanhol. Isso daria espaço, na visão de muitos economistas, como é o caso do americano Paul Krugman, para que países da zona euro reconquistassem autonomia em política econômica e monetária. Outros temem os efeitos de uma eventual saída do euro. É o caso de Domingo Cavallo, ex-ministro das Finanças da Argentina, que disse que o retorno da peseta seria um “grave erro”.
A crise continua
O resgate espanhol, no entanto, não significa um ponto final para a crise. Em relatório divulgado neste sábado, a agência de risco Moodys já alertou que o socorro à Espanha, que expôs a fragilidade do sistema financeiro de lá, significará novas reduções nas notas do país e também dos seus bancos.
Na vinda do rei Juan Carlos ao Brasil, ficou também exposta a grave situação das empresas espanholas. O Santander apresentou o pedido para que o Banco do Brasil comprasse 10% de suas ações e a Telefônica tenta transferir funcionários que serão ou já estão sendo demitidos na Espanha para cá.
A questão é o que vem depois. Pacotes de apoio exigem, na maioria dos casos, contrapartidas de ajuste, que podem aprofundar as recessões. E o povo espanhol, que já trabalha com PIB negativo e tem uma multidão de indignados nas suas capitais, dificilmente aceitará novas doses de austeridade. Ou seja: a crise financeira pode se transformar, numa segunda etapa, em crise social, assim como está ocorrendo na Grécia. Uma saída possível para países em crise seria abandonar o euro e adotar suas antigas moedas: o dracma, no caso da Grécia, e a peseta, no caso espanhol. Isso daria espaço, na visão de muitos economistas, como é o caso do americano Paul Krugman, para que países da zona euro reconquistassem autonomia em política econômica e monetária. Outros temem os efeitos de uma eventual saída do euro. É o caso de Domingo Cavallo, ex-ministro das Finanças da Argentina, que disse que o retorno da peseta seria um “grave erro”.
A crise continua
O resgate espanhol, no entanto, não significa um ponto final para a crise. Em relatório divulgado neste sábado, a agência de risco Moodys já alertou que o socorro à Espanha, que expôs a fragilidade do sistema financeiro de lá, significará novas reduções nas notas do país e também dos seus bancos.
Na vinda do rei Juan Carlos ao Brasil, ficou também exposta a grave situação das empresas espanholas. O Santander apresentou o pedido para que o Banco do Brasil comprasse 10% de suas ações e a Telefônica tenta transferir funcionários que serão ou já estão sendo demitidos na Espanha para cá.
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