Com Agência Senado e Agência Brasil
O Tucano Mário Couto (PA) disse, após o episódio, que não vai mais participar da comissão e reclamou de direcionamento dos trabalhos
O senador tucano Mário Couto (PA) ficou bastante alterado nesta quarta-feira na reunião da CPI do Cachoeira – que investiga a relação do bicheiro com políticos – durante o depoimento do jornalista Luiz Carlos Bordoni, que trabalhou nas campanhas eleitorais do atual governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
Aos berros, Couto disse que há “uma ditadura” na CPI e abandonou a reunião. Desde ontem, os tucanos vêm criticando os trabalhos da comissão e dizem que há direcionamento nos trabalhos para poupar o governador petista Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e colocar Perillo na fogueira. Pouco antes, na mesma reunião, houve tumulto na CPI.
“Se Vossa Excelência não me deixar mais falar, eu me retiro. Aqui é uma democracia, que tem que ser respeitada, não estamos numa ditadura. É preciso acabar com isso, isso é uma miscelânea (?), uma avacalhação, isso não é uma CPI”, gritou Couto para o vice-presidente da CPI, Paulo Teixeira (PT-SP). Teixeira chamou sua atenção pela forma como o senador se dirigiu ao jornalista.
Antes de se retirar, Couto questionou Bordoni por ter confessado crimes durante seu depoimento, como a sonegação de impostos, e se disse “incomodado”(?) por ficar diante do jornalista.
Acareação do jornalista com Perillo
Bordoni disse em seu depoimento que aceita participar de acareações com Perillo e com todos as pessoas ligadas a ele que não aceitaram prestar esclarecimentos CPI. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) propôs, então, que o jornalista ficasse frente a frente com o bicheiro Carlos Cachoeira, investigado pela Polícia Federal por suspeita de chefiar um esquema de jogos ilegais.
Bordoni aceitou ser acareado com Cachoeira e disse que participaria também de acareação com o presidente da Agência de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, e com Lúcio Fiúza Gouthier, ex-assessor de Perillo. Convocados para falar à CPI, o primeiro apresentou um atestado médico e o segundo foi beneficiado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar em silêncio.
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