Mudanças em Cuba são econômicas e não políticas, disse vice-presidente do Conselho de Ministros.
Em meio a muita diplomacia e discursos ponderados, um alto dirigente do governo cubano subiu o tom em reação a críticas do papa Bento XVI, que visita a ilha caribenha nesta semana. Antes de chegar a Cuba, o papa afirmou que ora para que o país siga caminhos de “renovação e esperança” e disse que a ideologia marxista “não corresponde mais à realidade”.
O vice-presidente do Conselho de Ministros de Cuba, Marino Murilo rebateu as declarações de Bento XVI, que também havia defendido a construção de uma “sociedade aberta” no país. “Em Cuba não haverá reforma política”, disse o dirigente. “Estamos falando da atualização do modelo econômico cubano que faça com que nosso socialismo seja sustentável e que tem a ver com o bem-estar do nosso povo".
Murilo supervisiona o programa de reformas econômicas colocadas em prática em Cuba desde que Raúl Castro assumiu a Presidência, em 2008. Ele disse que o governo cubano tem se espelhado nas experiências de outros países, como Rússia, China e Vietnã, para flexibilizar o modelo econômico centralizador inspirado na extinta União Soviética. “Estudamos o que está sendo feito em todo o mundo para atualizarmos o nosso modelo socialista com características bem cubanas, que se ajuste a nossas condições”, acrescentou.
Até agora, o papa já citou, em seus pronunciamentos, os presos cubanos, sem especificar se se referia aos detidos por motivos políticos.
Na noite desta terça, Bento XVI se reúne com Raúl Castro no palácio presidencial, mas ainda não há confirmação se ele se encontrará com o líder e ex-presidente Fidel Castro.
A visita papal a Cuba coincide com uma nova estadia do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na ilha, onde se submete a um tratamento de radioterapia contra o câncer, o que gerou especulações sobre a possibilidade de um encontro com o pontífice.
No entanto, o porta-voz vaticano, Federico Lombardi, reiterou na segunda-feira em entrevista coletiva em Santiago de Cuba que "não há nenhum pedido de audiência pessoal do presidente Chávez com o papa" e acrescentou que "se (Chávez) deseja ir à missa (da quarta-feira em Havana) pode fazê-lo como qualquer cidadão".
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