Por Daiane Souza
Pela terceira vez em mais de 100 anos de existência, o Supremo
Tribunal Federal (STF) terá como presidente um negro: o ministro Joaquim
Benedito Barbosa Gomes. Destinado a ocupar o mais alto cargo da corte
de Justiça Brasileira, ele deverá assumir em novembro de 2012, em razão
do rodízio de ministros da casa. Até lá, Ayres Britto que terá posse em
19 de abril permanecerá no lugar de Cezar Peluso.
Não fossem por problemas de saúde, Barbosa teria ocupado o cargo de
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2010. Devido aos
imprevistos, e por sua competência, ele assume o cargo que faz parte da
linha sucessória da Presidência da República, depois da Presidência da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
rico – De família pobre, Joaquim Barbosa como é
conhecido no cenário político, nasceu no município mineiro de Paracatu,
em 1954. Primogênito de oito filhos, viu seus pais se separarem cedo,
tornando-se responsável pela família composta por sua mãe e irmãos. Aos
16 anos, foi sozinho para Brasília, onde conseguiu emprego e concluiu o
segundo grau, sempre estudando em colégio público.
Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília e, em
seguida, mestrado em Direito do Estado. Prestou concurso público para
Procurador da República e foi aprovado. Na década de 1990, licenciou-se
do cargo e foi estudar na França por quatro anos, onde se mestrou em
Direito Público e se doutorou em Direito Público pela Universidade de
Paris-II (Panthéon-Assas).
É professor licenciado da Faculdade de Direito da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde ensinou as disciplinas de Direito
Constitucional e Direito Administrativo. Foi visiting scholar
(1999-2000) no Human Rights Institute da Columbia University School of
Law, New York, e na University of California Los Angeles School of Law
(2002-2003).
Barbosa prestou concurso para a carreira diplomática. Foi aprovado em
todas as etapas e ficou na entrevista: a única na qual a cor de sua
pele era identificada. A partir do episódio, sua consciência racial, que
começou a ser desenhada na adolescência, ganhou contornos mais fortes.
Atual ministro e provável presidente do STF, foi defensor do sistema de
cotas que garante vagas universitárias específicas para estudantes
negros.
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