ENTENDA O CELPA-EMBROLHO
A Agência Reuters de Notícia divulgou
ontem texto dizendo que a Celpa entrou com o pedido de recuperação
judicial. Pedido de recuperação judicial é praticamente uma nova
“roupagem” da concordata, prevista na Nova Lei de Falências (Lei nº
11.101/2005) em substituição à antiga (Decreto-lei nº 7.661).
Trata-se de uma medida legal
destinada a evitar a falência, proporcionando à empresa devedora a
possibilidade de apresentar, em juízo, aos seus credores, formas para
quitação do débito.
A situação financeira do Grupo
Rede, e consequentemente da Celpa, é delicada e tem se destacado no
noticiário nacional especializado em economia. O destino da Celpa também
é assunto dominante entre os trabalhadores que estão preocupados com os
rumos da empresa.
Na realidade, o Grupo Rede
precisa de uma oxigenação financeira para se manter no setor de
distribuição de energia elétrica em várias regiões do Brasil. Para isso,
o Grupo busca parceria no setor elétrico, para reforçar o caixa para
fazer frente aos investimentos necessários, mas não descarta a venda do
controle acionário.
Inicialmente demonstraram
interesse a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), a chinesa State
Grid e a AES Brasil. Pelas últimas informações, a CPFL continua
estudando a possibilidade de participação no Grupo, mas a State Grid e a
AES Brasil desistiram do negócio. Apesar de não confirmadas, há
informações de que a Eletrobras também esteja pensando em aumentar sua
participação no Grupo. A Eletrobras possui hoje 34,54% da Celpa.
Venda separada dos ativos
Há
economistas que defendem como melhor solução para o Grupo a venda
separada dos ativos, o que atrairia outros interessados e facilitaria o
negócio. Assim, o Grupo venderia os ativos para empresas que tivessem
maior sinergia com determinados ativos. Desta forma, por exemplo, a CPFL
ficaria com os ativos da região sudeste, onde já possui uma grande
estrutura. Outras empresas de distribuição comprariam os ativos que lhe
interessassem, levando em consideração a sinergia.
Na avaliação do Sindicato dos
Urbanitários, essa não é a melhor alternativa do ponto de vista dos
trabalhadores, já que tendo a estrutura e também pessoal próprio, a
compradora certamente faria demissões em massa. Neste caso, quanto maior
a sinergia, maiores serão os danos aos trabalhadores.
Eletrobras tem que assumir a Celpa
A
melhor alternativa é a federalização através da Eletrobras, que
assumiria toda a empresa onde já tem participação. Desta forma haveria
uma reestatização da Celpa. Como a Eletrobrás é dona de mais de um terço
da distribuidora paraense, não pode se omitir nesse processo.
Por
outro lado, o Pará tem os maiores projetos na geração de energia
elétrica, tanto em desenvolvimento quanto em futuras gerações. Por isso,
o Estado precisa ser visto pelo governo federal como prioridade também
na distribuição dessa energia.
É inadmissível que com todo este
potencial, a população paraense fique à mercê de um serviço ruim, que
registra os piores índices de qualidade do país.
Sem exageros, o Pará está
correndo o sério risco de um apagão por causa da situação financeira
enfrentada pelo Grupo Rede, que tem uma dívida muito maior que os ativos
da companhia.
O Sindicato dos Urbanitários,
consciente da situação, está, juntamente com a Federação Nacional dos
Urbanitários (FNU) fazendo articulação política para mostrar ao governo
federal que a melhor alternativa para o Estado do Pará é a federalização
da Celpa, com a compra da empresa pela Eletrobras. Sem dúvida nenhuma, é
o melhor que pode ser feito para a sociedade paraense e para os
trabalhadores. É por isso que estamos lutando. Fique atento!
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