A empresa divulgou nota oficial sobre a mudança de comando, após a substituição do atual presidente José Sergio Gabrielli ter sido noticiada pela imprensa.
“A Companhia informa que o Conselho de Administração é o órgão responsável pela eleição de seu presidente. O Presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Sr. Guido Mantega, já manifestou que vai encaminhar como proposta a ser apreciada na próxima reunião do mesmo, a se realizar dia 9 de fevereiro próximo, a indicação da atual Diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Silva Foster, para presidir a Petrobras. Uma vez o assunto em questão seja aprovado pelo Conselho, a Companhia dará ampla divulgação do fato”, diz a nota divulgada pela Petrobras.
A substituição de Gabrielli por Graça já era esperada, porque a diretora tem perfil técnico, bem ao gosto da presidente Dilma Rousseff, de quem é amiga. Engenheira química com pós-graduação em engenharia nuclear pela UFRJ, ela é considerada competente, leal a seus superiores, exigente e às vezes pouco afável nas negociações — o que faz com que muitos a vejam como uma pessoa dura. Funcionária de carreira, comandou seu programa de biodiesel da estatal.
Gabrielli, que está há quase sete anos à frente da companhia petrolífera, deve assumir um cargo no governo Jaques Wagner e, depois, disputar as eleições em 2014 para o governo da Bahia ou para o Senado. A saída do executivo era alvo de especulações desde o ano passado, por suas aspirações políticas.
A história de Graça reflete diversos pioneirismos. Ela entrou na estatal como estagiária em 1978 e chegou a ser uma das primeiras mulheres a trabalhar "embarcada" nas plataformas de petróleo em alto- mar. Ela ocupou diversos postos de prestígio na companhia e no setor energético. Esteve à frente, por exemplo, da BR Distribuidora e da Petroquisa.
Além disso, já esteve na administração federal: foi titular da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia quando Dilma era a titular da pasta. Ali, coordenou o Prominp, programa de qualificação da indústria do petróleo, e o programa de biodiesel do governo.
Mas foi no retorno à Petrobras — ela voltou para substituir Ildo Sauer na diretoria de Gás — onde se fez mais conhecida e mostrou alguns traços de sua personalidade. Além de estar totalmente envolvida com o desenvolvimento do pré-sal, foi muito combativa na chamada "crise do gás", quando Brasil e Bolívia divergiram sobre a quantidade e o preço de combustível do país andino que viria para o Brasil.
Gabrielli assumiu comando da Petrobras em 2005
Já Gabrielli entrou na Petrobras em 2003, como diretor Financeiro e de Relações com Investidores, por indicação do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, sua nomeação causou apreensão no mercado, que considerava seu perfil acadêmico demais para a função. No entanto, Gabrielli conseguiu quebrar a desconfiança dos investidores e assumiu a presidência da Petrobras em julho de 2005, mesmo ano em que ganhou do jornal "New York Times", o título de "Melhor Executivo de Finanças da América Latina" e o troféu "Equilibrista", do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef). Gabrielli é formado em economia pela Universidade Federal da Bahia e fez doutorado na Universidade de Boston.
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