quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Fórum Social leva 20 mil às ruas de Porto Alegre

Multidão formada por diferentes movimentos sociais e partidos políticos participou da tradicional marcha que abriu ontem o Fórum Social Temático, na capital do Rio Grande do Sul; entre os presentes, esteve o governador Tarso Genro (PT) e o prefeito da cidade, José Fortunati (PDT) 
 
Samir Oliveira _Sul 21 - A avenida Borges de Medeiros, no centro de Porto Alegre, verteu democracia na tarde desta terça-feira (24). Por toda a sua extensão, desde o Largo Glênio Peres até a avenida Ipiranga, circularam mais de 20 mil pessoas com diferentes bandeiras nas mãos, mas ancoradas num mesmo ideal: o de que um novo mundo é possível.
O relógio da Praça Montevidéu, em frente à prefeitura, marcava 16h40. E o termômetro informava que a Capital vivia sob um calor acachapante de 34 graus. Ali, ciclistas, militantes partidários, ambientalistas e integrantes de diversas ONGs se organizavam para acompanhar a marcha de abertura do Fórum Social Temático – nascido da costela do Fórum Social Mundial que movimentou Porto Alegre em 2001, 2002, 2003 e 2005.
No mesmo momento em que uma multidão esperava inerte a caminhada seguir seu rumo, outra parte já estava chegando ao viaduto com a rua Duque de Caxias. O fluxo era vivo, formado de energia pura. Seguia seu próprio ritmo, com avanços e solavancos repentinos. Praticamente uma alegoria para o progresso das causas defendidas pelos manifestantes.
A aglomeração de distintas centrais sindicais e partidos políticos – que pouco se misturavam em suas fileiras, assim como em suas ideologias e práticas – fazia da marcha quase um desfile de carnaval, onde cada escola tem sua vez. Identificados por camisetas e bordões, os militantes disputavam no grito a possibilidade de cravarem suas mensagens no público.
“Capitalismo nunca foi de quem trabalha”, bradava uma voz que saía do caminhão de som da Central Única dos Trabalhadores (CUT), enquanto, não muito distante, uma imensa faixa do PSTU acusava Dilma, Tarso e Fortunati de governarem ao lado dos patrões.
Na calçada e nas janelas dos edifícios, a população alheia ao evento se amontoava para tentar entender o que estava acontecendo. Enquanto o asfalto era dominado pelo cortejo a passos lentos, um grupo de jovens rasgava a calçada aos pulos com um brado que caía bem ao momento: “A juventude! Não abre mão! Do socialismo! E da revolução!”.
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