Simpatizantes acamparam diante do hospital onde Cristina Kirchner foi operada
Nos últimos dez dias, os argentinos viveram dois
momentos diferentes de comoção: o primeiro, no fim de dezembro, com a
notícia de que a presidente Cristina Kirchner teria câncer na glândula
tireoide. Agora, neste sábado, com a informação, também oficial, de que
ela não sofre da doença, a despeito do diagnóstico oficial.
A notícia foi dada neste sábado por seu porta-voz, Alfredo
Scoccimarro, diante das câmeras de televisão do país, e provocou gritos e
aplausos de seus seguidores concentrados na entrada do hospital
Austral, na cidade de Pilar, onde Cristina foi operada na quarta-feira.
A operação para a retirada da glândula da
tireoide foi bem-sucedida, mas exames posteriores detectaram que o órgão
não contém células cancerígenas.
"O diagnóstico original foi modificado. (Exames) constataram a
presença de nódulos em ambos os lóbulos da glândula tireoide, mas a
presença de células cancerígenas foi descartada", disse o porta-voz.
A presidente já recebeu alta hospitalar e foi levada de helicóptero à residência presidencial de Olivos.
"Realmente é uma surpresa e que devemos comemorar", disseram apresentadores das emissoras TN e C5N, de Buenos Aires.
Em seus sites, os jornais Perfil, Clarín e La Nación,
críticos ao governo, destacaram a informação em suas manchetes.
"Cristina teve alta após diagnóstico que não poderia ter sido melhor",
publicou o Perfil.
O fato de que Cristina teria câncer era considerado, até então, tão consumado que a revista semanal Noticias, nasbancas
desde sexta à noite, véspera do mais recente boletim médico, destacou
na primeira página: "A luta da presidente contra o câncer".
Segundo o boletim médico, os exames indicaram que a cirurgia
realizada foi "suficiente" para a retirada dos nódulos de Cristina, não
sendo necessária "a administração de iodo radioativo".
Nos últimos dias, a saúde da presidente tinha provocado uma série de especulações na imprensa local. O La Nación
enfatizou, em editorial, a importância das instituições num momento
delicado da saúde da presidente. Analistas escreveram que a presença do
câncer poderia levá-la a reduzir o ritmo de trabalho.
Nos últimos três dias, seguidores da presidente acamparam na entrada
do hospital, e muitos levaram flores, bandeiras e cartazes com o nome de
Cristina e de seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, morto em
outubro de 2010.
Durante a internação, a presidente foi acompanhada pelos filhos,
Maximo e Florencia, além de sua mãe e de sua irmã. Na mídia local, neste
período, foi destacado ainda o "papel crescente" de Maximo - que
preside um grupo da juventude peronista que presta apoio ao kirchnerismo
- como assessor direto da presidente.
"Maximo foi quem definiu todos os detalhes antes e durante a
internação e também esteve em contato com assessores da presidente",
afirmou Edgardo Alfano, comentarista de política da TN.
A expectativa é de que Cristina retorne ao trabalho em 25 de janeiro.
Até lá, o vice-presidente e ex-ministro da Economia, Amado Boudou,
ocupará interinamente a cadeira presidencial.
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