De 2010 a 2011, destruição cai 11% e atinge 6,2 mil km2, menor taxa já vista pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais desde 1988. Governo atribui resultado a ações suas. Devastação sobe em dois dos principais destruidores, Mato Grosso e Rondônia. Com avanço de derrubada em pequenas propriedades, governo prepara satélite que vê área 50 vezes menor.
Na véspera da polêmica votação, no Senado, do novo Código Florestal e em meio a outra conferência mundial sobre mudanças climáticas, o governo informou, nesta segunda-feira (5), que o desmatamento na Amazônia caiu 11% entre agosto de 2010 e julho de 2011. E atingiu 6,2 mil km2, a menor taxa anual desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) começou a fazer este monitoramento, a partir de dados de satélite, em 1988.
Em 2004, quando o governo montou plano de combate ao desmatamento, destruição era 4,5 cinco vezes maior (27 mil km2).
Dentro da boa notícia, porém, há uma outra que o próprio considera negativa. Cresceu a devastação em dois dos três estados que mais derrubam árvores amazônicas: 20% no Mato Grosso, medalha de prata, e 100% em Rondônia, o bronze. No campeão de destruição, o Pará, caiu 15%. Nos outros seis estados amazônicos – Amazonas, Maranhão, Piauí, Roraima, Tocantins e Amapá - também recuou.
Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a queda no desmatamento deve-se a uma “pronta reação do Estado” a partir de abril, quando se detectou uma escalada de destruição no Mato Grosso. Para conter o avanço da motosserra, o governo montou uma força-tarefa que mobilizou 700 servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e 350 militares do exército.
A ministra disse que houve ali uma “aposta no desmate ilegal” com práticas do tipo “correntões” - grandes correntes atreladas nas pontas a dois tratores; os veículos se movimentam, e a corrente esticada derruba o que vê pela frente. No caso de Rondônia, em que a devastação dobrou, Izabella disse que o governo ainda não ter certeza das causas. E, sobre o Pará, avaliou que a destruição ainda é “expressiva”, apesar do declínio.
O governo constatou também que o desmate alastra-se cada vez mais em áreas pequenas, mais difíceis de monitorar. Os satélites do Inpe captam imagens em até 250 metros quadrados. A partir de novembro de 2012, deve entrar em operação um satélite feito em parceria com a China, que botará uma lupa em áreas 50 vezes menores. “A capacidade de fiscalização será muito mais expressiva”, disse o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
Os dados sobre o desmatamento foram divulgados pelos ministros depois de uma reunião deles com a presidenta Dilma Rousseff.
A XVII Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-17), acontece na cidade de Durban, na África do Sul.
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