Autor: Luis Nassif
O primeiro, no comício das diretas. Serra foi contra desde o início, alegando que não daria certo. Quando o carro pegou, tentou embarcar de carona. Provocou revolta nos companheiros, a ponto de ter havido briga de braço um militante qualificado do partido.
O segundo episódio foi com Mário Covas. Na prefeitura, Covas sempre atribuía a Serra as notas que saíam contra ele na imprensa e, depois, às notas plantadas durante a Constituinte. Certo dia Covas deu o troco, com uma crítica em on contra Serra, em plena constituinte.
Em vez de responder, Serra foi até a repórter de O Globo e garantiu, em off, que Covas não tinha feito aquela crítica, que fora mal interpretado pelo jornal. A repórter procurou um assessor do partido que foi direto: converse com o Covas novamente. Cova reiterou as críticas, em on. Serra se escondeu.
No governo FHC, uma característica permanente de Serra era desaparecer de cena assim que acontecia qualquer crise. Sumia, simplesmente, não era achado, conta o ex-assessor. Esse comportamento se repetiu em São Paulo, quando governador. Sumiu de cena no episódio das enchentes, no conflito entre PM e Polícia Civil, nos conflitos da USP.
A explicação do ex-assessor vale para os momentos atuais. Sob pressão, Serra entra em parafuso.
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