
O Estado é palco de conflitos envolvendo demarcação de terras - indígenas e da reforma agrária - e, agora, uma comitiva da Presidência da República foi barrada e intimidada por fazendeiros, numa verdadeira ação de jagunços, quando inspecionava uma área reclamada por indígenas em Iguatemi (MS), próximo à fronteira com o Paraguai.
Segundo a Presidência da República, o incidente aconteceu quando o comboio que levava o secretário Nacional de Articulação Social, Paulo Maldos, foi barrado numa estrada rural por um grupo de quatro homens. Entre eles, sem qualquer constrangimento, encontrava-se o secretário municipal de Obras de Iguatemi, Márcio Margatto.
Ação de jagunços barra comitiva do governo federal
A comitiva do Planalto havia visitado pouco antes um acampamento de índios guarani-caiovás destruído em um ataque. Neste ataque, no município de Aral Moreira (MS) - também próximo à fronteira - um cacique e outros índios foram sequestrados e estão há vários dias desaparecidos.
Quer dizer, num interregno de poucos dias, dois incidentes da maior gravidade se registraram na mesma região conflagrada pela disputa de terras e demarcação de áreas indígenas.
No de agora, segundo o relato do Secretário Nacional de Articulação Social da Presidência da República, após pararem o comboio, os quatro agressores começaram a fotografar, filmar e a ofender os índios que integravam a comitiva.
Destruíram acampamento, sequestraram índios, pararam autoridades...
Também exigiram que todos no comboio, inclusive o secretário nacional, exibissem documentos e mesmo quando estes foram apresentados, os agressores continuaram gritando, fotografando e filmando os índios.
O conflito só se encerrou com a chegada dos agentes da Força Nacional de Segurança - na região desde o incidente anterior, de destruição do acampamento e sequestro dos índios - que exigiram que os fazendeiros se identificassem.
Uma situação dessa natureza não pode ficar sem ser investigada. Este secretário municipal de Obras de Iguatemi, Márcio Margatto e os três que o acompanhavam na ação criminosa têm que ser chamados a depor, têm que ser investigados. E, comprovado o ilícito da ação, punidos imediatamente.
É crime o que fizeram
Não se discute. O que fizeram é crime! Onde está o Ministério Público Federal (MPF) que não agiu ainda? Onde está, também, o governo André Puccinelli (PMDB), que não fez e não faz nada, nem diante do incidente anterior, nem no de agora?
A destruição do acampamento em Aral Moreira e o sequestro dos índios ocorreu já há vários dias e até agora seus autores não foram presos e sequer se sabe por quem. Com a palavra, portanto, o MPF e o governador Puccinelli.
_________________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário