As bolsas europeias afundaram nesta terça-feira (1º) após a Grécia ter anunciado que vai realizar um referendo sobre o acordo financeiro firmado entre o governo e a União Europeia e a apresentação de uma moção de desconfiança no Parlamento e o pedido de realização de eleições antecipadas.
Ao final da manhã os mercados de ações despencaram e afundaram mais de 4% em Paris e Frankfurt, ao passo que Milão caía 5%, Madrid 3,78% e Londres 2,54%.
A Ásia também não escapou a esta queda generalizada. A Bolsa de Tóquio caiu 1,70% e a de Hong Kong 2,49% .
O reaparecimento das inquietações sobre as dívidas públicas na Zona do Euro provocaram igualmente uma queda no fechamento da Bolsa de Nova York. O índice Dow Jones perdia na segunda-feira mais de 2%.
Todos os analistas são unânimes em afirmar que a Grécia está à beira do default, o que poderá ter repercussões automáticas na assistência financeira aos bancos e fará aumentar os seus riscos de recapitalização.
Agora, os financistas e rentistas temem pelo pronunciamento da população no referendo. Pronunciamento já explicitado nas ruas, através de poderosos movimentos grevistas e manifestações de protesto. “O que é que vai acontecer se o povo disser ‘não’? O risco é o de a comunidade internacional cortar as entregas de dinheiro e o país acabar por sair do euro”, comentou um analista do Commerzbank.
Este referendo “reabre a caixa de Pandora no que se refere à amplitude exata de perdas que deverão ser assumidas pelas instituições financeiras”, sublinham porta-vozes da banca internacional.
O temor dos rentistas e financistas se explica pois no fundo sabem que o acordo europeu sobre a Grécia implica duros golpes sobre o nível de vida das massas populares e trabalhadoras e destroça a soberania nacional. A partir da sua vigência, mais do que nunca a Grécia será governada pelos organismos supranacionais da União Europeia, umbilicalmente ligados ao capital monopolista-financeiro internacional.
O presidente francês, Nicolás Sarkozy, convocou uma reunião de emergência do gabinete para analisar a situação criada depois do anúncio grego de realizar um referendo sobre o programa de resgate financeiro europeu.
A surpreendente notícia joga por terra os acordos adotados durante a reunião extraordinária da Eurozona na quarta-feira anterior e muda por completo o cenário, quando faltam dois dias para a Cúpula do Grupo dos 20 em Cannes.
Sarkozy conversou por telefone com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, com quem discutiu o tema.
Sarkozy e Merkel foram os principais criadores deste projeto, que também obrigava o governo grego a tomar maiores medidas de arrocho.
É nesse quadro que se realizará nos próximos dias a reunião do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, incluindo os imperialistas e os chamados emergentes.
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