A esquerda parece ter avançado.
O símbolo dos movimentos de protesto que se espalharam pelo mundo a partir do “Occupy Wall St” não é o conhecido retrato de Che Guevara, mas a máscara de Guy Fawkes usada pelo personagem de V de Vendetta e adotada, depois, pelos hackers do grupo Anonymous.
Já falei de Guy Fawkes aqui.
É um homem que tentou simplesmente explodir todos os políticos ingleses e mais o rei Jaime I no começo do século 17. Fawkes e mais um pequeno grupo de conspiradores cavaram uma passagem sob o Palácio de Westminster, a sede do Parlamento inglês, e nela planejavam colocar pólvora em dose suficiente para destruir tudo ali: o prédio e as pessoas.
A conspiração fracassou quando um dos envolvidos disse a um amigo que não fosse a Westminster no dia marcado para a explosão. Ele não deu a razão do aviso, mas suas palavras foram suficientes para que fosse iniciada uma investigação que descobriu tudo.
Havia motivações políticas, religiosas e até xenófobas na trama. O rei era escocês e protestante. Fawkes e seus companheiros queriam devolver o catolicismo à Inglaterra. Fawkes foi interrogado pelo próprio rei e foi um bravo em todos os momentos. Não negou nada. Não pediu nada. “Queríamos mandar o mais rápido possível os escoceses de volta à Escócia”, disse ele.
Foi executado.
Mais de quatro séculos depois, sua máscara está aí, viva e militante, transformada numa arma de silenciosa contundência com a qual gente de todo o mundo parece dizer não aos políticos e à ganância corporativa.
Guevara pode, enfim, descansar.
_________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário