terça-feira, 24 de maio de 2011

Prefeitura de SP deixou 'vazar' dados da empresa de Palocci, diz ministro

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) acusou nesta terça-feira a Prefeitura de São Paulo de ter vazado dados de prestação de contas da empresa Projeto do ministro Antonio Palocci (Casa Civil). A Folha revelou no último dia 15 que o ministro multiplicou por 20 seu patrimônio nos últimos quatro anos.
Segundo Carvalho, "alguém" da prefeitura repassou as informações da empresa com intuito de prejudicar o governo. O ministro disse que a avaliação do Planalto é que o caso Palocci é uma "luta política".
Questionado se o governo iria pedir para a Polícia Federal investigar o vazamento, Carvalho afirmou que "não há nenhuma denúncia" e que "não iriam recorrer a isso".
Ao comentar a situação de Palocci, Carvalho lembrou que, no ano passado, durante a campanha eleitoral, houve a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato José Serra (PSDB), com dados obtidos ilegalmente em agências da Receita no Estado de São Paulo.
"O governo sabe de onde veio. Quando no ano passado se denunciava questões [relativas ao então candidato à Presidência] Serra, não se focou no conteúdo, só que havia um vazamento. E houve um vazamento agora na Prefeitura de São Paulo", disse o ministro ao sair de um evento sobre PPA (Plano Plurianual), em um hotel de Brasília.
Carvalho afirmou que os rendimentos da empresa de Palocci são legais porque haveria recolhimento de ISS (Imposto Sobre Serviços).
"Se Palocci tivesse feito desvio de caixa dois ou dinheiro no exterior, ele estaria incorrendo em um grande erro e não haveria prova para demonstrar via nota ISS que permitiria mostrar que esses recursos aferiam do seu trabalho".
O ministro voltou a afirmar que o governo não tem interesse que Palocci dê explicações ao Congresso sobre a sua evolução patrimonial. A oposição se mobiliza para criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para analisar o caso.
"Estamos enfrentando essa luta política. O governo não está fragilizado. Essa luta política é uma espuma que ocorre".
Carvalho negou que exista uma paralisia no governo pela crise envolvendo o principal ministro do governo Dilma Rousseff. Ele afirmou ainda que o governo não está fragilizado no Congresso e não está fazendo concessões para a bancada ruralista na votação do Código Florestal em troca de evitar os esclarecimentos de Palocci na Câmara ou no Senado.
"Não precisamos dessa negociação. O Palocci não tem nenhuma dívida do ponto de vista formal, legal. Quem esperar isso vai quebrar a cara. Não há troca. Nós fazemos a defesa porque ele não fez nenhum ilícito".
A Folha mostrou que o ministro adquiriu dois imóveis em área nobre de São Paulo: um apartamento de R$ 6,6 milhões e um escritório de R$ 882 mil. Os dois imóveis foram comprados por Palocci por meio da empresa Projeto, da qual ele é sócio principal, com 99,9% do capital. A reportagem identificou ainda que a empresa faturou R$ 20 milhões em 2010, quando ele era deputado federal e atuou como principal coordenador da campanha de Dilma Rousseff.
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