Oposição aposta na Copa de 2014 contra Dilma
por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania
A inegável trégua que a mídia concedeu a Dilma Rousseff nos primeiros meses de seu governo, esgotou-se. Inicialmente, foi uma estratégia da imprensa tucana para se livrar do estigma de oposicionista que construiu durante a campanha eleitoral. Só o tempo dirá se Dilma fez bem em aceitar participar da bajulação estratégica.
Ao ir à festa de 90 anos da Folha ou aos programas da Globo, Dilma mostrou grandeza e se popularizou junto aos setores mais conservadores, que passaram a enxergar nela virtudes que o seu antecessor não teria. Por outro lado, quando os ataques midiáticos aumentarem, caso a presidenta reaja a mídia dirá que aceita bem elogios e que não aceita críticas.
Mas nem tudo foi estratégia da mídia para se fortalecer a fim de recomeçar os ataques com a autoridade de quem antes elogiava. Foi oferecida a Dilma uma chance de se bandear de lado realçando “diferenças” dela para Lula, de forma que se tornasse um daqueles presidentes que pediam benção das famílias midiáticas a cada medida.
A recepção a Barack Obama no Brasil e o voto desfavorável ao Irã na Assembléia Geral da ONU que deliberou pelo envio de um inspetor de direitos humanos ao país foram interpretados como “mudança na política externa”, ou foi dito que foi interpretado.
Na verdade, ninguém que tenha o menor conhecimento sobre política externa consideraria receber Obama e votar pela chance de o Irã se redimir elementos suficientes para caracterizar uma mudança real de rumos na diplomacia brasileira.
A estratégia midiática também envolvia a divisão da militância petista, que, em boa parte, recebeu muito mal a cena da presidenta discursando na festa da Folha de São Paulo. Funcionou, no primeiro momento. Militantes e mesmo simpatizantes do PT chegaram a se conflagrar, uns defendendo a postura de Dilma e outros, repudiando.
Dilma e Lula tardaram a perceber, mas assim que as divisões na militância foram se tornando mais visíveis trataram de enterrar o factóide midiático. Lula passou a dar seguidas declarações de que seria zero a possibilidade de Dilma traí-lo e ela, para acabar com a conversa, viajou com ele para Portugal para homenageá-lo em cerimônia na Universidade de Coimbra.
Consciente de que Dilma não poderia trair Lula nem que quisesse, porque seria suicídio político, agora a mídia já prepara nova estratégia para enfraquecer um governo que vai adquirindo uma força política que pode se tornar ainda maior do que a de Lula.
A única diferença de Dilma para Lula é a de que ela é menos emocional, para o bem e para o mal. Apesar de emocionar menos a massa, a presidenta não cutuca a onça com vara curta e lhe retira o discurso da risível “ameaça à liberdade de imprensa” que o ex-presidente constituiria por reagir, só na retórica, aos ataques midiáticos.
Está, portanto, para começar o primeiro grande ataque tucano-midiático a Dilma. O alvo, para começar, é a Copa de 2014. Em conjunto com propagandas do PSDB na televisão falando em o Brasil “passar vergonha” no evento ao não conseguir se preparar para recebê-lo, a não tão esperta imprensa golpista vai dando a senha de que tentará materializar tal tragédia.
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por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania
A inegável trégua que a mídia concedeu a Dilma Rousseff nos primeiros meses de seu governo, esgotou-se. Inicialmente, foi uma estratégia da imprensa tucana para se livrar do estigma de oposicionista que construiu durante a campanha eleitoral. Só o tempo dirá se Dilma fez bem em aceitar participar da bajulação estratégica.
Ao ir à festa de 90 anos da Folha ou aos programas da Globo, Dilma mostrou grandeza e se popularizou junto aos setores mais conservadores, que passaram a enxergar nela virtudes que o seu antecessor não teria. Por outro lado, quando os ataques midiáticos aumentarem, caso a presidenta reaja a mídia dirá que aceita bem elogios e que não aceita críticas.
Mas nem tudo foi estratégia da mídia para se fortalecer a fim de recomeçar os ataques com a autoridade de quem antes elogiava. Foi oferecida a Dilma uma chance de se bandear de lado realçando “diferenças” dela para Lula, de forma que se tornasse um daqueles presidentes que pediam benção das famílias midiáticas a cada medida.
A recepção a Barack Obama no Brasil e o voto desfavorável ao Irã na Assembléia Geral da ONU que deliberou pelo envio de um inspetor de direitos humanos ao país foram interpretados como “mudança na política externa”, ou foi dito que foi interpretado.
Na verdade, ninguém que tenha o menor conhecimento sobre política externa consideraria receber Obama e votar pela chance de o Irã se redimir elementos suficientes para caracterizar uma mudança real de rumos na diplomacia brasileira.
A estratégia midiática também envolvia a divisão da militância petista, que, em boa parte, recebeu muito mal a cena da presidenta discursando na festa da Folha de São Paulo. Funcionou, no primeiro momento. Militantes e mesmo simpatizantes do PT chegaram a se conflagrar, uns defendendo a postura de Dilma e outros, repudiando.
Dilma e Lula tardaram a perceber, mas assim que as divisões na militância foram se tornando mais visíveis trataram de enterrar o factóide midiático. Lula passou a dar seguidas declarações de que seria zero a possibilidade de Dilma traí-lo e ela, para acabar com a conversa, viajou com ele para Portugal para homenageá-lo em cerimônia na Universidade de Coimbra.
Consciente de que Dilma não poderia trair Lula nem que quisesse, porque seria suicídio político, agora a mídia já prepara nova estratégia para enfraquecer um governo que vai adquirindo uma força política que pode se tornar ainda maior do que a de Lula.
A única diferença de Dilma para Lula é a de que ela é menos emocional, para o bem e para o mal. Apesar de emocionar menos a massa, a presidenta não cutuca a onça com vara curta e lhe retira o discurso da risível “ameaça à liberdade de imprensa” que o ex-presidente constituiria por reagir, só na retórica, aos ataques midiáticos.
Está, portanto, para começar o primeiro grande ataque tucano-midiático a Dilma. O alvo, para começar, é a Copa de 2014. Em conjunto com propagandas do PSDB na televisão falando em o Brasil “passar vergonha” no evento ao não conseguir se preparar para recebê-lo, a não tão esperta imprensa golpista vai dando a senha de que tentará materializar tal tragédia.
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