No Blog do Nassif
Vamos falar sério.
Alguém imaginaria Carla Fiorino, ex-presidente da HP, na iminência de perder o cargo saindo em campanha política, mobilizando funcionários da empresa, coordenando abaixo-assinados e manifestações da diretoria, escrevendo para parlamentares?
O executivo modelo, um dos símbolos do novo capitalismo brasileiro, Roger Agnellli, pirou. De repente se despe da liturgia do cargo, da sobriedade que se espera de um alto executivo e se coloca em campanha política explícita... em defesa do próprio cargo.
Onde pretende chegar? Acha possível dar um corner no governo, no Bradesco?
Um dos grandes problemas da atual fase do capitalismo brasileiro foi o deslumbramento de alguns CEOs. Acabou a era do capitalismo de família, jovens esforçados, de boa formação, ascenderam a altos cargos em empresas, mas dentro de uma lógica diferente da do herdeiro: são demissíveis, prestam contas a acionistas, a conselhos.
Houve certo deslumbramento de executivos menos maduros, que se julgaram em condições de assumir protagonismo político. Foi o caso do movimento Cansei que liquidou com a carreira de um grande executivo de multinacional.
Também foi o caso de Roger.
A partir de certo momento foi mordido pela mosca azul e julgou-se um agente político capaz de confrontar o próprio presidente da República. Bons observadores sabem identificar bem quem foi a tal mosca.
Agora, comporta-se como um líder sindical prestes a perder o cargo.
A matéria de O Globo sobre a campanha de Agnelli (Agnelli busca apoio da oposição para ficar na Vale) é um dos capítulos ridículos da modernização capitalista no Brasil.
De repente, o executivo-modelo, um dos símbolos do moderno capitalismo brasileiro, sai a campo como um político alucinado, convocando manifestações de funcionários, de parlamentares, uma armação geral.
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