sexta-feira, 25 de março de 2011

Portugal desgovernando

O primeiro-ministro de Portugal pediu a demissão. A oposição festeja. Eu não encontro motivos para alegrias. Nem com nem sem governo. Portugal está mal. Escrevo esta crónica sem estar inspirada. Mas estou muito chateada.


Eduarda Freitas, CartaCapital

“E afinal caiu.
Enquanto a mãe acabava de pôr a mesa, o pai chegava a casa do trabalho, a filha pintava as unhas de rosa sem ser choque.
A oposição recusou aprovar mais um pacote de medidas de austeridade e ele – o primeiro-ministro – já tinha dito, que assim não tinha condições para governar.
Oito e pouco da noite e a página oficial do Presidente da República anunciava que José Sócrates tinha pedido a demissão do cargo de primeiro-ministro.
O arroz está pronto. O sal, no ponto.
A unha é que pagou. Roída.
Não sei, sinceramente, o que é melhor ou pior, neste mundo de políticos.
O que sei, é que Portugal tem uma crise de valores.
Que no meu país, ainda se acredita que escrever Senhor Engenheiro ou Senhor Doutor no livro de cheques, é sinal de felicidade.
Que o plasma é paisagem para contemplar.
Que o desenrasque é a palavra oficial do português.
Que ser chico esperto é o único caminho para subir na vida.
E que subir na vida significa ter um carro cheio de estilo e uma casa repleta de móveis com design, telemóveis com não sei quantas funções e computadores da última geração.
Desculpem. Esta crónica não tem a poesia que gosto de sentir nas palavras.”
Artigo Completo, ::Aqui::
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