Eduarda Freitas, CartaCapital
“E afinal caiu.
Enquanto a mãe acabava de pôr a mesa, o pai chegava a casa do trabalho, a filha pintava as unhas de rosa sem ser choque.
A oposição recusou aprovar mais um pacote de medidas de austeridade e ele – o primeiro-ministro – já tinha dito, que assim não tinha condições para governar.
Oito e pouco da noite e a página oficial do Presidente da República anunciava que José Sócrates tinha pedido a demissão do cargo de primeiro-ministro.
O arroz está pronto. O sal, no ponto.
A unha é que pagou. Roída.
Não sei, sinceramente, o que é melhor ou pior, neste mundo de políticos.
O que sei, é que Portugal tem uma crise de valores.
Que no meu país, ainda se acredita que escrever Senhor Engenheiro ou Senhor Doutor no livro de cheques, é sinal de felicidade.
Que o plasma é paisagem para contemplar.
Que o desenrasque é a palavra oficial do português.
Que ser chico esperto é o único caminho para subir na vida.
E que subir na vida significa ter um carro cheio de estilo e uma casa repleta de móveis com design, telemóveis com não sei quantas funções e computadores da última geração.
Desculpem. Esta crónica não tem a poesia que gosto de sentir nas palavras.”
Artigo Completo, ::Aqui::
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