Do Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ao Valor, pág. A7:
“Acredito que as empresas (teles) tenham a decisão estratégica no Brasil de fornecer serviços caros para pouca gente … é uma visão curta. Posso vender mais barato e ganhar na escala.”
“Este ano foram vendidos 13 milhões de computadores no Brasil.”
“A Telebrás é um instrumento que reativamos com a visão de que vamos fazer uma estrutura de rede e nos associar com o setor privado, que pode ser as teles ou simplesmente os provedores e conteúdo.”
“Queremos que a banda larga seja popularizada. Fala-se em R$ 30, R$ 35. Acho que é razoável. Com isso, podemos massificar.”
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Eis aí uma bela diferença da Dilma para o Lula.
Os ministros das Comunicações do Lula mantinham com a Globo relações de cordial camaradagem.
O Senador Evandro Guimarães, diretor da Globo em Brasília, tratava os ministros pelo primeiro nome, numa nice, como diria o Padim Pade Cerra.
O Helio Costa, então, era a sopa no mel.
Além de ser muito simpático à Globo, ele era também extremamente simpático às teles.
Uma questão de estilo.
Ser simpático.
O Paulo Bernardo mudou o jogo.
Na primeira entrevista de Ministro, chama as teles às falas:
1) O Brasil não é mais o Brasil do Faoro: um Brasil de 20 milhões de pessoas.
Onde se ganhava na margem e não no volume.
Agora, o Alemão também conta.
2) Bernardo fez a conta de traz pra frente.
Primeiro, diz quanto quer cobrar: R$ 30, R$ 35.
Depois, chama as teles.
Se houver alguma dúvida, a Telebrás está atrás da porta e, como diz ele, “leva o serviço aos rincões”.
Ao Alemão.
Em tempo: Bernardo também fala da próxima entrada das teles na tevê por assinatura.
As teles faturam 13, 14 vezes mais que as tevês. Se ficarem sozinhas, engoliriam as tevês.
Mas, elas vão poder prover conteúdo, segundo a PL 116 que está no Senado.
A banda larga a R$ 30 e tevê por assinatura sem o monopólio da Globo são novidades que explicam por que os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio - não foram à posse da Dilma.
Paulo Henrique Amorim
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