quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Perú, Eleições 2011: O melhor amigo de Fujimori

Keiko e o “grande amigo” do FHC

A rádio “Programa”, de Lima, no Peru, uma das mais respeitadas do país, divulgou declaração de Keiko Sofia Fujimori, que pode decidir o rumo das eleições presidenciais no país.
Keiko está em segundo lugar nas pesquisas, debaixo de violenta oposição do Prêmio Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa.
Keiko anunciou na rádio que sua candidatura vai bombar a partir de janeiro.
É que ela vai promover um mega-comício em Lima com a presença dos “melhores amigos do papai”, Alberto Fujimori.
Entre os “amigos do papai”, ela anunciou a presença de Fernando Henrique Cardoso.
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Fujimori, o pai, como se sabe, está preso em Lima.
Antes, foragido no Japão, renunciou por fax, diante de acusações de corrupção.
O Presidente Fernando Henrique Cardoso se tornou “grande amigo do papai”, porque o Brasil foi o único país do mundo a apoiar o terceiro mandato presidencial de Fujimori.
A Embaixada brasileira em Lima mantinha vínculos muito próximos ao centro do poder de Fujimori.
Dentro deste círculo se encontrava, proeminente, Vladimiro Montesinos, uma espécie de chefe da KGB de Fujimori.
Entre outras funções, ele administrava as verbas publicitárias do Governo.
Com a ajuda da CIA, o governo peruano prendeu Montesinos, esse outro “grande amigo do Brasil”.
Montesinos – descobriu a CIA – tinha militância dupla: traficava cocaína.
O Governo do Presidente Fernando Henrique e sua “diplomacia dependente” pressionaram a OEA e o então presidente César Gavíria para não condenar o terceiro mandato do Fujimori.
Por que tudo isso ?
Porque o Farol de Alexandria estava de olho no terceiro mandato dele, e precisava de um precedente ilustre, dentre os neoliberais latino-americanos.
Fujimori era a plataforma perfeita para um terceiro mandato no Brasil.
Como se sabe, FHC aprovava o que queria no Congresso, com a ajuda de um especial trator de propriedade do Sergio Motta e seus seguidores.
Só que o restante do terceiro mandato Fujimori cumpre hoje atrás das grades.
A ideia do mega-comício da Keiko pode dar com os burros n’água.
Como se sabe, nenhum candidato no Brasil é louco de chamar o FHC para o palanque.
Ele é um “encosto”: “encostou” no FHC, perde.
A Keiko corre o sério riso de perder essa eleição. 
Em tempo: será que o FHC teria coragem de visitar o velho amigo na cadeia?

Paulo Henrique Amorim
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