O Conversa Afiada defende a tese de que ex-Ministro do Supremo não deveria voltar a advogar.
Como fez o Ministro serrista Nelson Jobim; Francisco Rezek, que foi advogado e árbitro de Daniel Dantas (simultaneamente); e faz agora Sepúlveda Pertence, que advoga para Gilmar Dantas (*) processar jornalista (e perder) – clique aqui para ler “Presidente do Supremo perde na Justiça – o que isso significa?”.
O Ministro Eros Grau deixou ontem o Supremo.
Em boa hora.
Notabilizou-se por duas decisões que se entranharam em sua biografia.
Foi o relator da decisão que perdoou os torturadores – a preservação da Lei da Anistia.
E, num gesto sem precedentes na História da Magistratura, sequestrou os HDs, as medias e os pen-drives de Daniel Dantas que o corajoso Juiz Fausto de Sanctis analisava na Satiagraha.
Grau se sentou em cima deles, em sua ministerial e Suprema cadeira.
Clique aqui para ler sobre essa violência sem precedentes.
O interessante, como observou este ordinário blogueiro, é que não existe uma só cópia da Satiagraha.
Um dia, ela reaparece, como os Manuscritos do Mar Morto.
No Estadão, na pág. A12, os repórteres Fausto Macedo e Felipe Redondo entrevistam Grau e ele faz duas revelações interessantes.
Grau vai voltar a advogar.
No escritório do Sergio Bermudes, como fez o Pertence?
Ou irá para Yves Gandra, como fez o Rezek?
Ele, segundo a notável entrevista, voltará a “trabalhar com o Direito (e) defender quem tenha algum direito a reclamar, desde que eu me convença de que esse direito é legitimo”.
O Daniel Dantas, por que não?
Dantas tem 1001 advogados, regiamente pagos: pode ter 1002, por que não?
Convenhamos, amigo navegante, é preciso ter muito estômago, não é mesmo?
O cidadão paga o salário do Ministro, o Ministro adquire informações preciosíssimas e, depois, o Ministro saí por aí a dar parecer (de graça é que não é …), frequentemente contra os interesses do Cidadão.
Viva o Brasil!
Nesta notável entrevista, Grau mostra-se dramaticamente contra a “Ficha Limpa”.
E explica: “temo, sim, estamos na véspera de uma escalada contra a democracia”; “o perecimento das democracias começa assim” – com a “Ficha Limpa”.
Essas declarações reverberam como a Sonata Waldstein nos Supremos Ouvidos dEle, o Guardião-Máximo do Estado de Direita.
Fausto Macedo participou do que poderia ter sido um pelotão de fuzilamento contra o corajoso Juiz Fausto De Sanctis.
A fuzilaria saiu com um traque – clique aqui para ler “Juiz que prendeu Dantas duas vezes não crê na Justiça brasileira”.
Nessa entrevista com o advogado parecerista Eros Grau, Fausto Macedo, inexplicavelmente, não pergunta sobre o perdão aos torturadores, nem quis saber com quem e onde ele deixou as provas contra Dantas.
Nada.
Por que importunar as leituras do advogado?
O Macedo é peculiar.
Com o Eros ele pega leve.
Com o De Sanctis ele pega pesado.
Paulo Henrique Amorim
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