Nesses momentos de crise (dos tucanos) gosto de recorrer aos sábios.
Hoje, por exemplo, depois de contemplar a mistura de lambança com baixaria em que se transformou o problema do “dossiê do dossiê do dossiê anti-Serra” – clique aqui para ler “Não se deve perder o foco: o problema é a relação Serra/Dantas” e aqui para votar em trepidante enquete - liguei para o Vasco Moscoso de Aragão, navegante de longo curso.
- E o dossiê, Vasco, o que você acha disso ?, perguntei.
- Não existe dossiê, respondeu ele, seco.
- Como não existe dossiê ? O PiG (*) só fala nisso.
- Não existe dossiê, o Vasco insistiu, seco. O que existe é um livro.
- Sim, o livro do Amaury (clique aqui para ler sobre o “livro que fala de Dantas e Serra e aloprou o Serra”).
- Pois é, disse o Vasco. Tem um livro para sair. O resto é bobagem.
- Mas, como é que o Serra foi cair nessa, contratar o Itagiba de novo ?
- É a turma que ele conhece. Os mesmos de sempre.
- Ele podia, pelo menos, renovar o elenco, ponderei.
- Mas, ele envelheceu, meu filho. Sei o que é isso.
- Como assim ? Ele é um jovem.
- Você não entende. Ele parou em 2002.
- Quando ele perdeu para o Lula, disse eu.
- Perdeu, não. Tomou uma surra.
- Sim, mas, depois ele foi prefeito, governador.
- Isso não tem a menor importância. Na cabeça dele ele ganhou a eleição em 2002 e parou lá.
- Mas isso é uma loucura, respondi.
- Pois é, ele parou em 2002 e espera tomar posse até hoje.
- É o que eu chamo de “presidente eleito”.
- Ele se considera um presidente à espera da solenidade de posse. E o mundo parou lá. Ele envelheceu na cabeça, nos métodos, nos aliados, na tecnologia.
- Isso é muito grave.
- Ele não viu o Brasil passar na frente dele. Não viu o mundo mudar, a crise do Império, não sabe onde fica a Turquia.
- Mas ele faz twitter.
- Isso não interessa. Todos os meus bisnetos tuitam,
- Bom, e também nas idéias. Ele não tem uma idéia nova.
- Ele continua a falar de câmbio, juros. Isso era problema em 2002. Ele não tem noção do que o Lula fez. Não tem noção, como diz a minha bisneta.
- Quer dizer então que ele envelheceu na cabeça.
- Além de ter feito o um governo desastroso em São Paulo.
- Desastroso ?, perguntei.
- Me diga uma coisa que o Serra fez em São Paulo. Uma !
Paulo Henrique Amorim
PIG (*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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