Diz o ex-Supremo Presidente do Supremo, agora destinado a uma ministerial insignificância, para onde, segundo ele, na entrevista-púlpito, “volto para contribuir com o debate doutrinário”.
Diz o ex-Supremo Presidente sobre a decisão que já o inscreveu na História da Magistratura Mundial: os dois HCs em 48 horas a um banqueiro passador de bola, apanhado no ato de passar bola e, por isso, condenado a dez anos de cadeia:
“Depois os fatos vieram revelar o envolvimento político da polícia. Envolvimento de Ministério Público e Juiz. E talvez coisas que não saibamos (sic) e que serão reveladas”.
“ … havia um tipo de conúbio espúrio (ou seja, casamento ilegítimo, falso, “casamento na polícia” – PHA) de polícia, juiz e membro de Ministério Público.”
Sobre o áudio do grampo da conversa com o Senador DEMO Demóstenes Torres, aquele que diz que a miscigenação no Brasil se deve a relações “consensuais”:
“Eu tenho certeza que houve gravação. Porque essas pessoas (Protógenes, De Sanctis e De Grandis – PHA) estavam imbuídas de uma missão. E supunham estar autorizadas a fazer qualquer coisa (sic).”
“ … a polícia de alguma forma (sic) mandaria em toda a cena judiciária,” se ele não tivesse dado os dois HCs – PHA.
Parece um delírio. Uma alucinação.
O ínclito delegado Protógenes Queiroz e seu chefe (Paulo Lacerda, o da babá eletrônica, segundo outro ministro do Supremo da cota FHC) mandariam na “cena judiciária”.
Um delírio.
Protógenes e os corajosos De Sanctis e De Grandis tramaram a prisão de Dantas numa célula petebo-comuno-anarquista, em São Petersburgo, antes da queda do Palácio de Inverno.
Delírio de intensidade aguda? Não, não é delírio coisa nenhuma.
É uma desculpa esfarrapada para justificar um dos atos mais sinistros da Justiça brasileira.
Clique aqui para ver o que o Ministro do Supremo Joaquim Barbosa acha da atuação do ex-Supremo Presidente do Supremo.
A entrevista à Folha (*) é uma tentativa de acobertar o trabalho dele, como Advogado Geral da União e de seu patrono Fernando Henrique Cardoso, na privatagem dos telefones, de que Dantas, o “brilhante”, foi o herói.
O dia em que se levantar a tampa dos documentos da privatagem dos telefones – alguns e só alguns deles, sob o manto protetor do Ministro do Supremo Eros Grau – neste dia, urubu vai voar de costas, como dizia o Stanislaw.
Ou é o que disse o presidente Lula a um grande jornalista, sobre os discos rígidos de Dantas, que a ministra do Supremo, Ellen Grace, guardou com o indiscutível argumento de que Dantas não é Dantas, mas Dantas.
Disse Lula: o dia em que abrirem esses discos rígidos, o Brasil para.
Um dia vai parar.
Paulo Henrique Amorim
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