A presidente Cristina Kirchner demitiu o presidente do Banco Central– clique aqui para ir ao La Nación, um jornal conservador argentino e dez vezes melhor que qualquer dos PiG.
A Presidente da República, eleita pelo povo argentino, segundo a Constituição argentina, queria uma política para pagar a dívida interna com a qual o não-eleito presidente do Banco Central não concordava.
Cristina o demitiu, mesmo depois de ele dar sinais de recuo.
Agora, o não eleito ex-presidente do Banco Central ameaça ir à Justiça contra a Presidente eleita pelo povo argentino.
Um dos princípios canônicos do neo-liberalismo foi a transformação dos presidentes dos bancos centrais em autoridade inimputável, irrecorrível e acima dos Presidentes da República.
Quem controla os bancos centrais?
Ninguém.
Eles são uma espécie de Gilmar Dantas: fazem o que querem e lixe-se o resto.
O Banco Central era o centro de toda a sabedoria e a última instância do Poder.
O melhor exemplo disso foi Alan Greenspan, presidente do Banco Central americano – o FED, que se transformou em Santa Sé dos neo-liberais.
A crise de setembro de 2008 demonstrou a inépcia de Greenspan, assim como sua responsabilidade pessoal na crise.
Greenspan coonestou uma brutal redução de impostos no Governo Bush, que combatia em duas guerras; e deixou o mercado financeiro correr solto, porque acreditava na sua capacidade de “auto-corrigir-se”.
Aqui, o presidente do BankBoston imbuído da função de Presidente do Banco Central errou inúmeras vezes na construção da política de juros.
Aprofundou a crise de 2008 no Brasil, ao aumentar os juros na hora errada.
E ao deixar os bancos privados se “empoçarem”: eles fecharam as portas e não emprestavam.
Preferiram a maré mansa de investir nos títulos do Tesouro, sob os olhares complacentes do presidente do BankBoston.
Foi preciso o Presidente Lula assumir o Governo e botar o Banco do Brasil, a Caixa e o BNDES para suprir a falta de crédito.
Quer dizer, à sua maneira, Lula também demitiu o Presidente do Banco Central.
(Só que o PiG não percebeu …)
Se o presidente Lula fosse a Cristina, tinha mandado esse presidente do BankBoston de volta para Goiás.
Uma das pilastras do neo-liberalismo que precisava ruir era exatamente essa: o Banco Central é intocável.
Porque, presumidamente, ele é “independente”.
“Independente” de quem?
Provavelmente, independente dos interesses do País.
E dependente dos bancos privados, a quem seus diretores prestam vassalagem e onde pretendem trabalhar ao sair do serviço publico.
Paulo Henrique Amorim
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