Quando um dos maiores clubes de futebol da Espanha deixa de pagar seus jogadores, é um aviso de que algo pode estar errado.
David Villa é um dos jogadores do Valência cujo último salário está atrasado pelo clube, fortemente endividado.
Villa é apenas mais um entre o número crescente de vítimas, ricas e pobres, de um mergulho na recessão que se encaminha para ser uma das piores da Europa.
As tensões estão começando a se manifestar na sociedade espanhola, normalmente tranqüila e tolerante. Vendedores de rua e africanos residentes no país fizeram duas manifestações neste mês em Madri, protestando contra o alegado racismo e as investidas policiais.
Em Andaluzia, milhares de imigrantes sem comida ou abrigo invadiram cidades procurando em vão trabalhos na colheita de azeitonas.
Guindastes estão parados em obras na costa espanhola e nas periferias. Muitas lojas pequenas no centro de Madri fecharam. Um dono de construtora arruinado é acusado de cinco assaltos a bancos.
“Não vamos ter uma recessão. Vamos ter uma depressão, como nos anos 1930″, diz o economista Lorenzo Bernaldo de Quirós, presidente da Freemarket International Consulting.
Essa depressão pode atingir a economia espanhola com tanta gravidade que pode fazê-la perder muitos dos ganhos conquistados na década passada desde a adoção do euro.
“A economia espanhola levará cerca de sete anos para crescer a 3% ao ano novamente”, diz Bernardo Quirós. “Os espanhóis perderão metade de sua riqueza. É horrível.”
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