O atual prefeito de Unai (MG), Antério Mânica (PSDB) é um dos acusados do assassinato de três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho.
Pra relembrar a história, os auditores estavam investigando a fazenda dos Mânica, que desrespeitavam inúmeras leis trabalhistas. Dessas investigações, já haviam sido emitidas multas de aproximadamente 2 milhões de reais. Ao irem a Aguaí para novas investigações, os auditores acabaram sofreram a emboscada que lhes levou à morte.
O motorista Aílton Pereira de Oliveira, mesmo baleado, conseguiu fugir do local com o carro. Mas, no Hospital de Base de Brasília, não resistiu e faleceu. Antes, porém, de morrer, declarou que o carro onde estavam havia sido interceptado por um automóvel com homens fortemente armados que teriam descido e fuzilado os fiscais. Eram eles: Erastótenes de Almeida Gonçalves, Nelson José da Silva e João Batista Soares Lages.
Em julho de 2004, apenas seis meses após o crime, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal deram por encerradas as investigações. Elas levaram ao indiciamento de nove pessoas acusadas de envolvimento. Alguns como mandantes e outros como intermediários e executores. Entre eles, o atual prefeito de Aguaí, Antério Mânica, e seu irmão Norberto, que estão entre os maiores produtores de feijão do Brasil e do mundo.
Para ter imunidade no processo, Antério se candidatou a prefeito em 2004 pelo PSDB, o partido da mídia e de Aécio em Minas. E se elegeu. Agora, em outubro último, com bem menos votos do que da primeira vez, reelegeu-se.
E pelos bons serviços prestados ao tucanato e por conta de sua conduta ilibada foi condecorado na segunda-feira passada com medalha de honra legislativa pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Trata-se de uma história asquerosa que deveria provocar indignação coletiva na mídia. Claro, se tivéssemos uma mídia que não fosse absolutamente comprometida com um segmento da política, no caso específico, com o PSDB.
Aliás, falando em PSDB, o candidato a prefeito dos tucanos de Jundiaí foi cassado em cinco processos na justiça por uso da máquina pública. Você leu isso nos jornalecos?
E, venhamos, a cassação de Cássio Cunha Lima, governador da Paraíba, também está sendo tratada de uma forma tão carinhosa, mas tão carinhosa, que até parece que ele vem sendo vítima de perseguição judicial. Cassação, aliás, que se deu por unanimidade no STF.
PS: Meu colega blogueiro e, mineiro, Hudson Lacerda alerta que a medalha contribui para reduzir a pena no caso da condenação do Antério.
É o crime sendo premiado da forma mais escrota possível.
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