A Alcatel une K (*) a Dantas
Paulo Henrique Amorim
O Conversa Afiada obteve informação de fonte que não pode ser identificada de que Daniel Dantas faz uma pressão descomunal sobre Ricardo K (*), presidente da Brasil Telecom, para preservar a patranha da “BrOi”, a qualquer custo.
Tudo indica que a “BrOi” tenha ido para o saco e vá terminar como fim de feira.
Por um motivo muito simples.
A “BrOi” foi montada com base no preço das ações da Brasil Telecom ANTES da crise.
A Oi “comprou” a BrT pelo dobro do preço que as ações da BrT valem hoje no mercado.
Mesmo sem botar um tusta no negócio, Carlos Jereissati e Sergio Andrade, os empresários (?) que vão ficar com 78% do mercado nacional de telefonia fixa, demonstram que já desistiram do negócio.
Talvez prefiram até pagar a multa.
A patranha, mesmo com doação do BNDES, para eles ficou sem graça.
Neste momento, duas entidades lutam desesperadamente para manter a patranha de pé.
Uma, o Governo Lula, através do BNDES, que botou dinheiro do Fundo dos Trabalhadores, o FAT, para financiar dois empresários que não vão botar um tusta no negócio.
O BNDES não pode dar o braço a torcer.
Nem reconhecer que fez a mais “inescrupulosa” operação entre empresários e Governo de quem notícia Janio de Freitas.
E nessa hora em que a economia mais precisa de dinheiro e de liquidez, o BNDES está lá, atolado num negócio que não interessa mais aos empresários interessados.
Quem também luta desesperadamente para preservar a “BrOi” é Daniel Dantas.
Sim, claro, o FAT, o BNDES, o Banco do Brasil, o “Gomes”, o Gilberto Carvalho, o José Dirceu e a Ministra Dilma Roussef fecharam uma patranha que dará US$ 1 bilhão de cala-a-boca a Dantas.
Dantas tem uma forte carta na manga.
Suas relações especialíssimas com Ricardo K (*) a quem o pessoal da famiglia de Dantas se refere como o “Kagão”.
Dantas sabe de muitos segredos de K (*).
Por exemplo, o segredo da Alcatel. Uma empresa com sede em Paris.
Paris, uma cidade que aproxima K (*) de Dantas.
Assim que chegou à Brasil Telecom, quando K (*) ainda fazia o papel de feroz inimigo de Dantas, mandou investigar as relações de Dantas com a fornecedora Alcatel.
Uma pouca vergonha!, apontou o relatório da empresa ICTS, que o mesmo K (*) contratou para apurar as falcatruas de Dantas.
Um negócio da China: Dantas, pela Brasil Telecom, comprava equipamentos da Alcatel; e a Alcatel, por fora, comprava cotas dos fundos de Dantas …
Dantas ferrava os acionistas da Brasil Telecom – os fundos de pensão e o Citi -, e engordava o fundo dele, em Cayman.
Bem, qual não é a surpresa do mundo dos negócios – e de Dantas – quando se sabe que K (*), mais tarde, fechou um novo contrato com a Alcatel.
Um contrato de R$ 2 bilhões para a compra de equipamento de telefonia.
Mas, a Alcatel, antes, não era um fornecedor inidôneo?
Como é que de uma hora para outra se torna um fornecedor que mereça um pedido de bilhões de reais?
No meio dessa inexplicável reviravolta está um personagem central, Otavio de Azevedo Marques.
O “Otavinho” tem um pé na Alcatel e outro no grupo do Sergio Andrade (aquele que não vai botar um tusta na “BrOi”).
O “Otavinho” está na origem da Telemar, quando participou de dois empreendimentos Calais e Pegasus que eram uma fachada para os acionistas da Telemar (Jereissati e Andrade) “potencializarem” seus lucros sem. como sempre, botar um tusta.
As relações entre K (*) e “Otavinho” são muito próximas.
Pois, o Dantas também sabe dessa história da Alcatel.
E, por isso, passou, agora, recentemente, a exercer sobre K (*) uma pressão quase insuportável.
Para que K (*) feche o mais rápido possível a patranha da “BrOi” e ele, Dantas, leve para casa, sob as bênçãos do Presidente Lula, US$ 1 bilhão.
K (*) não decide sozinho. Mas, ele está no centro das operações.
E seus movimentos e as informações que detém podem ser cruciais, nessa hora em que a “BrOi” parece destinada a ter o fim do Lehman Brothers …
O Delegado Ricardo Saadi, que preparou um relatório fajuto, de sabor menta, um relatório que não investiga a “BrOi” (embora o ínclito delegado Protógenes Queiroz tenha deixado as gravações dos sócios no ato de montar a patranha da “BrOi”), pois, esse delegado Saadi não diz uma única palavra sobre a Alcatel em seu relatório. Por que será?
Saadi deve ter falado com os fundos de pensão que controlam a Brasil Telecom – Previ, Petros e Funcef.
Deve ter dito acesso ao relatório da ICTS.
Mas, como o relatório dele – um relatório fajuto, não menciona a Alcatel nem essa misteriosa transação que une K (*) a “Otavinho”, isso, de tão estranho, tem que haver uma explicação.
Primeira hipótese: Saadi omite a Alcatel, provavelmente, porque os fundos e o Ricardo K (*) não lhe passaram a investigação da ICTS sobre a Alcatel.
Segunda hipótese: o delegado pode ter sido vítima de uma síndrome conhecida como “omissão temporária da verdade”.
Os fundos e K (*) contaram ao Delegado Saadi a verdade toda sobre a Alcatel.
Mas, como o delegado Saadi demonstra a visível intenção de blindar a “BrOi”, para salvar algumas cabeças do PT, inclusive a do Presidente Lula, é possível também que o delegado Saadi tenha omitido a Anatel porque quis omitir.
Quem iria perceber, não é isso, delegado ?
Mas, quem quer falar da Alcatel e não para de cochichar no ouvido do K (*) (**) é o Dantas.
Quero o meu bilhão de dólares, deve dizer a Dantas, baixinho, em francês, no ouvido do K (*).
(*) A letra “K”, como se percebe, aponta para direções divergentes.
(**) A pressão sobre o K (*) pode ser feita pelo Dantas ou por um melhor amigo do Dantas. Um advogado de sua confiança. Digamos, por exemplo, o Chico Müsnich, pode ser o intermediário da pressão sobre K (*). Qualquer um dos 1001 advogados de Dantas.
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