Paulo Henrique Amorim
O jornal Valor informa que a ministra Ellen Gracie, aquela que entrou para o Supremo nomeada por Nelson Jobim e não deixava abrir o disco rígido de Daniel Dantas, porque achava que Daniel Dantas não era Daniel Dantas, mas Daniel Dantas - será juiz na Organização Mundial do Comércio, a OMC.
No Brasil, ser ministro do Supremo é apenas uma etapa na carreira política – leia-se Nelson Jobim -, empresarial – leia-se Gilmar Mendes e a reportagem da Carta Capital –, e, agora, uma etapa na carreira internacional da Ministra Gracie.
Ser ministro do Supremo no Brasil é um pit stop.
O presidente Lula teve a oportunidade singular de nomear para o Supremo seis ministros em onze.
E nomeou, por exemplo, Carlos Alberto Direito, um fundamentalista católico, contra a pesquisa com células tronco, e que não trabalha: sempre que há um assunto “quente” em julgamento, ele pede vistas para poder votar longe dos holofotes e, sem exceção, votar nas posições mais conservadoras.
Direito, como Gracie e Gilmar Mendes formam a “Bancada Jobim” do Supremo.
Com a saída de Gracie, e para não desfalcar aquele conjunto de magistrados que tratam Daniel Dantas com especial gentileza (*) o presidente Lula deveria nomear para o Supremo:
Chico Müssnich, advogado de Dantas e notável comercialista;
Sergio Bermudez, advogado de Dantas e incansável defensor de Gilmar Mendes nos memoráveis artigos que escreve no PiG;
Nélio Machado, advogado de Dantas e da famiglia Castor de Andrade, que poderia contribuir para informar o Supremo como funciona, de dentro, a indústria do caça níquel do bicho;
O Kakay, advogado de Dantas, de Dirceu e de metade de República de Brasília, com a vantagem de que é dono de um restaurante onde os colegas ministros poderiam jantar a preços de “facilidades”;
Wilson Mirza, advogado de Dantas, que tem entre seus atributos profissionais o dom de conseguir ser atendido na primeira ligação por Ali Kamel, o Grande Inquisidor da Rede Globo;
Marcelo Itagiba, deputado serrista, presidente da CPI do Grampo, cuja única finalidade é soltar Dantas e perseguir aqueles que querem prender Dantas.
Aí, sim, o Supremo ficaria com a cara do presidente que tem medo.
Clique aqui para ler: Carta: juíza Pileggi Soveral “vazava” para Dantas? A PF vai apurar esse vazamento?
(*) Uma das manifestações mais recentes de como a Justiça brasileira trata Daniel Dantas e sua famiglia com elegância e gentileza foi a decisão da Desembargadora Cecília Melo, em São Paulo, que extraiu da ação do grampo da Kroll o espião israelense Avner Shmesh, que, a mando de Dantas, me grampeou (SEM autorização judicial, é claro). A supra-citada Desembargadora, sempre tão respeitosa com a famiglia de Dantas, foi quem também retirou do processo o “Dr” Carlinhos (como dizia o Delúbio) Rodemburg. A PF (nos tempos em que era Republicana) filmou o Dr Carlinhos ao entrar na casa de Shmesh. A supracitada desembargadora, sempre tão compreensiva, quando se trata de pleito da famiglia de Dantas, retirou o “Dr” Carlinhos do processo, provavelmente porque achasse que aquela pessoa na porta da casa de Shmesh fosse o Michael Phelps. Mesmo depois de a supra-citada desembargadora receber a prova de que as testemunhas apresentadas pelo “Dr” Carlinhos deram, na verdade, “falso testemunho”. Como diz o Mino Carta, Dantas é “o dono do Brasil” !
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