O Supremo Tribunal federal – o tribunal dos ricos – deve decidir amanhã sobre a demarcação do Território Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.
A revista Carta Capital (*) – clique aqui para ler na pág. 19 desta semana – lembra um argumento do professor Dalmo Dallari.
O Supremo Presidente Gilmar Mendes foi advogado geral da União, no Governo do Farol de Alexandria. Então, o Supremo Presidente tentou, por decreto, reverter as demarcações de reservas em Roraima e no Pará.
Logo, ele já votou !
Ele é suspeito para votar de novo.
Se fosse uma pessoa em que se pudesse confiar, poderíamos ter certeza de que ele se consideraria impedido de votar.
Outro que já votou foi o Ministro (?) Marco Aurélio de Mello.
Logo que surgiu a crise com os produtores de arroz, o Ministro (?) Mello saiu-se com a declaração de que, se prevalecesse o princípio que rege as demarcações, a “minha querida” cidade do Rio de Janeiro – disse o Ministro (?) – teria que ser devolvida aos índios que lá viviam quando os portugueses chegaram.
É outro que, ao declarar o voto antecipadamente e, portanto, fora dos autos, se também fosse uma pessoa em que os brasileiros pudessem confiar, se consideraria impedido.
Mas, como o STF é o tribunal dos ricos – deve-se esperar uma vitória dos produtores de arroz. (Ou produtores de qualquer coisa ...)
(*) Depois de uma semana em Londres, a ler o Guardian e o New York Times, voltar a ler o PiG é como descer as escadas do inferno, de costas. Ainda bem que, no avião, a única revista que ofereceram foi a Carta Capital. É uma espécie de vacina que se deve tomar antes de desembarcar em Guarulhos. Guarulhos.
Em tempo: um amigo chamou a minha atenção para a entrevista que o Ministro Joaquim Barbosa, o ministro do Supremo, concedeu ontem à Folha (da Tarde *2). Fui lá às pressas, para me atualizar. Qual nada ! Trata-se de uma entrevista sobre o “temperamento difícil” do Ministro. Uma espécie de “perfil psicológico” ... Com tanta coisa para perguntar ...
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