terça-feira, 3 de junho de 2008

CONVERSA AFIADA

Por Paulo Henrique Amorim

Informa Catia Seabra, repórter da Folha (da Tarde *), na pág A17, deste domingo –
clique aqui para ler: – que o contrato entre a Alstom, francesa, e a Eletropaulo, assinado em 1997, no início da hegemonia tucana em São Paulo, foi devidamente arquivado em 1999, no processo de privatização.

Clique aqui para ler tudo o que o Conversa Afiada já publicou sobre os tucanos e suas edificantes relações com a Alstom
Diz a Folha – para variar – que o presidente eleito José Serra se prontificou, rapidamente, a colaborar com a investigação.
Só que, uma pena !, os documentos sumiram...

Mas, os tucanos que roubaram na Alstom ainda não podem dormir sossegados.
A investigação se dá na Justiça suíça e francesa.
A investigação se dá depois que a lei francesa impediu as empresas de pagar “comissão”, como essa que beneficiou os administradores tucanos.

A investigação se dá depois de 11 de setembro, quando, sob pressão americana, países do mundo inteiro foram obrigados a fechar o cerco sobre operações de lavagem de dinheiro – para localizar transferências de terroristas.
Os tucanos da Alstom devem levar em conta que quem pegou Maluf não foi a Justiça brasileira - muito menos a Folha, que mantém relações de “amizade colorida” com Maluf, desde o “seu” Frias.
No Supremo Tribunal Federal, um Ministro tirou Maluf e o filho da cadeia da Polícia Federal de São Paulo, porque teve pena de ver os dois – coitadinhos, juntos, naquela situação ...
Quem pegou Maluf foi a Justiça francesa, que chamou Maluf para uma conversinha numa agência do Crédit Agricole, em Paris.

D. Silvia Maluf precisava fazer umas comprinhas na Rue du Faubourg Saint-Honoré e o marido foi obrigado a realizar transferência exagerada.
Começou aí o calvário de Maluf na Justiça européia.
E aí ele teve que pagar por uma parte de seus crimes.
O que os tucanos da Alstom fizeram foi o que a Arthur Andersen fez com os papéis da contabilidade da Enron, nos Estados Unidos: botou fogo.
Não adiantou a Arthur Andersen mudar o nome para Accenture.
Não adiantou incinerar os papéis.

Os donos da Enron foram todos condenados.
E a Enron fechou.
Aqui, não vai acontecer nada com os tucanos da Alstom: o problema é na Suíça, na França, nos Estados Unidos.
Os tucanos da Alstom controlam o PiG.
Mas não controlam o Wall Street Journal.
Eles ainda não podem dormir em paz.
Em tempo: O ombudsman da Folha (da Tarde*) tece neste domingo inúteis comentários – clique aqui para ler – sobre uma obscura reunião anual da organização mundial dos ombudsman, realizada na Suécia. A quem interessa ? Parece a ata do último encontro, num templo da rua Benjamin Constant, no Rio, dos positivistas de Augusto Comte. É mais um dos exemplos do anacronismo provinciano da elite branca (e separatista) de São Paulo. Como se alguém levasse a sério que o papel do ombudsman da Folha (da Tarde*) é “expandir a consciência pública sobre o papel dos meios de comunicação na sociedade e refinar a relação entre eles e ela” ... Na Folha ... Mas, até o ombudsman faz minúsculo comentário ao fato de a Folha (da Tarde *) demorar a noticiar que os tucanos adoraram fazer negócio com a Alstom ...

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