segunda-feira, 24 de março de 2008

O POG

Governo e oposição já estão em franca campanha para as eleições municipais de 2008. O governo faz o PAC e os Territórios da Cidadania, que são obras importantes de infraestrutura mas podem, óbviamente, render dividendos eleitorais. A oposição está desarticulada no Congresso, mas tem aliados importantes no STF e na mídia.
O partido mais forte de oposição é o Partido das Organizações Globo -POG. Só não percebe que está em campanha eleitoral quem não presta atenção. A campanha vai do Jornal Nacional à rádio CBN, passando pelo jornal O Globo e o portal da Globo.com.
Não existem reuniões de campanha. Não é preciso. Os senadores, deputados e vereadores deste partido pensam igual. Alguns são escalados para tentar agendar o noticiário do dia, através do Bom Dia Brasil. Outros trabalham junto à elite, em programas da Globonews. Há os que ataquem em novelas e no entretenimento. É uma bancada de famosos.
1) Nessa estratégia se encaixam participações como as do doutor Rosenfield. Ele é apresentado como doutor em ética e professor universitário. O ouvinte desavisado acha que é uma simples autoridade intelectual supostamente imparcial. Essas "autoridades" serão usadas crescentemente para não desgastar a credibilidade dos jornalistas da casa, munição importante para as vésperas da eleição.
Os ataques vão se concentrar naquilo que os aliados do governo poderão usar na campanha, especialmente no PAC.
As CPIs dos cartões corporativos e das ONG são mantidas em banho-maria. É delas que surgirão os escândalos para alimentar o noticiário dos próximos meses.
2) Para 2010 os jornalistas assalariados e os comentaristas alugados vão mirar em qualquer candidato em potencial ligado ao governo - de Ciro Gomes a Dilma Roussef. É um trabalho de longo prazo. Feito com paciência, diligência e organização.
3) O terceiro objetivo tem caráter mais ideológico: travar iniciativas consideradas prejudiciais aos interesses políticos ou econômicos das Organizações Globo e da política externa dos Estados Unidos, confundindo direitos que interessam às corporações com direitos humanos, direitos trabalhistas com atraso e direitos das minorias com violação de direitos alheios. E assim serão combatidas a redução da jornada de trabalho, os aumentos do salário mínimo acima da inflação, os programas sociais, a reforma agrária, o reconhecimento de direitos dos quilombolas e dos indígenas que ameacem o agronegócio, o estatuto da Igualdade Racial, a expansão do Mercosul e qualquer iniciative que represente aproximação entre o Brasil, a Bolívia, o Equador e a Venezuela.

O combate ao governos destes três últimos países tem a ver com a ameaça da consolidação de um caminho que põe em xeque a soberania dos Estados Unidos sobre a América Latina, que é um fato afirmado, confirmado e reafirmado através da contínua intervenção política, econômica e militar no México, na Guatemala, na Nicarágua, em El Salvador, na Costa Rica, em Cuba, em Granada, no Panamá, em Porto Rico, na República Dominicana, no Haiti, na Colômbia, na Venezuela, no Chile, no Brasil, na Argentina, na Bolívia e no Paraguai. Esqueci algum?

Luis Carlos Azenha

O POG é o maior Partido que compõe a coligação do PIG

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