segunda-feira, 3 de março de 2008

CRISE COM A COLOMBIA

O governo de Álvaro Uribe pediu desculpas formais ao Equador pela invasão mas ao mesmo tempo acusou o governo de Rafael Correa de ter ligações com as FARC.
A acusação é baseada em suposto conteúdo de computadores pertencentes ao número dois das FARC, Raúl Reyes, morto na incursão de militares colombianos em território do Equador.

O governo de Rafael Correa expulsou o embaixador da Colômbia, mandou tropas para a região fronteiriça e confirmou a existência de 21 mortos, sendo um deles um soldado colombiano.
O governo do Equador diz que o ataque começou com bombardeio de aviões e helicópteros seguido pela entrada de tropas aerotransportadas - até dez quilômetros dentro do território do país: "Foi um ataque aéreo planejado com incursão posterior de tropas com plena consciência de que estavam violando nossa soberania."
Alguns dos guerrilheiros encontrados mortos estavam com roupas de dormir. "Não se tratou de uma perseguição ou legítima defesa. Foi um massacre", disse Correa. "Os aviões colombianos ingressaram até 10 quilômetros em nosso território para fazer o ataque desde o Sul. Chegaram tropas transportadas em helicópteros que completaram a matança. Inclusive foram encontrados cadáveres com tiros nas costas", disse o presidente do Equador.
"Tudo demonstra que o Ministério da Defesa, a chancelaria e o presidente Uribe estão mentindo ao Equador". O governo equatoriano convocou a Comunidade Andina de Nações, o Mercosul e a Organização dos Estados Americanos para evitar que o conflito na Colômbia seja internacionalizado.
A Colômbia é, de longe, o país com maior poderio militar na região, contando com assessoria direta dos Estados Unidos.
Rafael Correa é considerado uma ameaça aos interesses estratégicos dos Estados Unidos na região, já que não pretende renovar o tratado que permite a Washington manter uma base militar em Manta - a partir da qual, dizem os americanos, são feitos vôos para monitorar o narcotráfico. A incursão colombiana foi feita utilizando helicópteros e comandos militares dotados de tecnologia de ponta para combate noturno.
O governo da França lamentou a morte de Raúl Reyes informando que ele era o contato usado para tentar a libertação da senadora colombiana Ingrid Bettancourt, que tem cidadania francesa e é refém das FARC.

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