quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

VOCÊ SABIA?

do Conversa Fiada de Paulo Henrique Amorin

A Folha publica nesta terça, dia 19, nas págs. A4 e A5 – clique aqui para ler - apenas para assinantes – que a campanha do presidente eleito José Serra, em 2002, quando perdeu para Lula por 61% a 39%, emitiu notas frias, segundo a Receita Federal.

"A empresa inidônea, diz a Receita, é a Marka, desativada desde 96 e pertencente a Marcio Fortes, ex-secretario geral tucano. A fantasma é a Gold Stone, cujo endereço é ignorado... A Delegacia da Receita Federal de Brasília suspendeu a imunidade tributária do PSDB e o autuou em cerca de R$ 7 milhões."
O homem-chave é Marcio Fortes.
Ele faz parte da tropa de choque de Serra, com Daniel Dantas e Ricardo Sérgio de Oliveira.
(Ricardo Sérgio de Oliveira, aquele do "... no limite da irresponsabilidade", o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol, foi chefe de "finanças" de campanhas de Serra e de Fernando Henrique.)
(Sobre Dantas, leia "Coincidência: Cecília Mello ajuda Dantas", "Citi teme que Dantas suma com o dinheiro", "Dantas o Estado sou eu" e "Por que o PIG não fala de Dantas")
O nome de Fortes sempre aparecia para os jornalistas que cobriam a campanha (*), quando se falava em dossiês (*2).
Na campanha de 2002 havia dossiês contra Roseana Sarney (*3), as atividades empresariais da mulher de Tasso Jereissati, contra Paulo Renato de Souza (descrito amplamente pela revista Carta Capital) – os dois, eventuais adversários de Serra dentro do PSDB – e Anthony Garotinho, candidato a Presidente – sobre o dossiê contra Garotinho, conversei com ele numa reportagem para o UOLNews (nos tempos em que o UOL podia falar mal do Serra ...)
Quem conhece muito bem os dossiês da campanha de Serra de 2002 é Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
Paulinho e eu tratamos da matéria, enquanto esperávamos por uma entrevista do "Roda Viva", quando trabalhei na TV Cultura.
Paulinho descreveu, perplexo, revoltado, detalhes do dossiê contra Roseana Sarney.
Ricardo Sérgio, Daniel Dantas (os dois estiveram unidos na "privatização" dos telefones) e Marcio Fortes – este é o caminho para descer aos subterrâneos da vida política de José Serra.
(*) Durante a campanha de 2002, Serra atribuiu a expressão "Eixo do Mal" a quatro jornalistas: Mônica Bergamo, na Folha; Ricardo Noblat, no Correio Braziliense; Bob Fernandes, na Carta Capital; e o locutor que vos fala.
(*2) Aguarda-se ansiosamente a próxima edição de um dossiê: o "Dossiê Aécio Neves" ...
(*3) Sobre a operação para destruir a candidatura de Roseana Sarney em 2002, é preciso entender a joint-venture Ministério Público Federal – Polícia Federal – José Serra – revista Época – e o presidente Fernando Henrique Cardoso. Recomenda-se a leitura do livro "Código da Vida", de Saulo Ramos, Editora Planeta do Brasil. Saulo conta tudo e Serra e FHC não o processaram ... Saulo só não diz que, depois de realizada a operação, o agente da Polícia Federal mandou um fax ao Presidente no Palácio do Alvorada, escrito: "Missão cumprida" ... Sobre o Farol de Alexandria, acompanhe o Festival do Tartufo Nativo, no blog do Mino. Clique aqui.
Em tempo: como diz o Conversa Afiada: com liberdade de imprensa, os tucanos de São Paulo não passam de Resende. Clique aqui para ler no Estadão uma entrevista de Luiz Eduardo Soares sobre a tentativa de Serra de jogar as chacinas da PM de São Paulo para debaixo do tapete.
(**)Em tempo 2: por falar em "Eixo do Mal", veja a preciosidade que um leitor do Conversa Afiada descobriu: as doações do presidente do banco Opportunity (Daniel Dantas), Dório Ferman, para campanhas eleitorais de Marcio Fortes (R$ 40 mil), Marcelo Itagiba (R$ 10 mil) e Raul Jungmann (R$ 4 mil). Como dizíamos, Daniel Dantas, Marcio Fortes e Ricardo Sérgio Oliveira são a chave para entender a carreira política de José Serra.

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