Ao deixar a ex-ministra Matilde Ribeiro sendo massacrada pelos meios de comunicação até ser obrigada a entregar o cargo para saciar a sanha do PIG, o governo cometeu mais um dos seus estúpidos erros políticos na relação com a oposição midiática. Agora, se uma ministra teve de entregar o cargo por suposto ato lesivo aos cofres públicos, porque se o segurança do filho do presidente tiver um gasto acima do que essa mesma mídia supõe correto o presidente da República não deve ser responsabilizado?
É impressionante como este governo tem uma enorme capacidade de dar grande dimensão a pequenos problemas que deveriam ser enfrentados com a seriedade que merecem e não com moralismo de botequim. Ao deixar Matilde Ribeiro ardendo em praça pública, muito provavelmente o novo núcleo duro palaciano esperava que ao entregar a cabeça da ministra negra pagaria o preço que mídia solicitava. Ingênuos. Aliás, se esse tal novo núcleo duro vier a enfrentar uma crise como a do primeiro governo, Lula vai ter que trocá-lo inteiro. Não se faz política entregando anéis só porque às vezes se acha que é hora de trocá-los. Ao oferecer aliados para saciar a fome dos opositores, em geral o que se faz é aumentar o apetite desses.
O uso do cartão de crédito coorporativo é um avanço que precisa ser preservado. A divulgação do seu uso pela internet idem. É preciso inclusive, como sugere meu amigo de blogosfera, Eduardo Guimarães, num comentário do post abaixo, que se crie um movimento para que o cartão coorporativo seja implantado em governos de estado e em grandes prefeituras. E que seus gastos também sejam divulgados pela internet. Agora, se algum equívoco ou mesmo erro for cometido no uso desses cartões isso deve ser analisado no âmbito administrativo.
Caso o equívoco ou erro aponte para um esquema de corrupção, o servidor em questão deve ser sumariamente demitido.
No caso da ministra Matilde Ribeiro, nada indicava para qualquer tipo de esquema. O caso mais grave de uso indevido da ministra era de uma compra no Free Shop, de pouco mais de 400 reais. No caso do ministro dos Esportes, Orlando Silva, pior ainda, estão tentando desmoralizá-lo por causa da compra de uma tapioca por 8,30 reais. Querem torná-lo um "tapioqueiro" por conta disso, seja lá o que isso signifique.
O buraco é bem mais embaixo. Aliás, se você quiser fazer um teste da qualidade da nossa mídia, podemos fazer assim: separamos os principais jornais brasileiros e medimos como foi a cobertura negativa no “escândalo” dos cartões de crédito e no desastre/suspeitas de corrupção no metrô de São Paulo? É simples chegar a um resultado confiável, basta separar os jornais do dia do acidente do metro até 60 dias depois do fato. Faz-se o mesmo com o caso dos cartões.
Roberto Rovai
Lula, do alto de sua popularidade que o PIG não consegue diminuir, precisa tomar coragem e nao só pensar em si mesmo. Ele tem que reagir, não por sí mesmo ou por seu governo que estão em alta, mas pelas milhões de vitimas da iniquidade social brasileira, ameaçadas por seus algozes seculares.
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