No sábado passado a cratera do metrô de São Paulo completou um ano. Uma cratera que vitimou sete pessoas. Até hoje nem o laudo com as causas do acidente foi apresentado à população. E como o JN tratou o assunto?
Começou com uma homenagem, na cabeça, lida por Renato Machado: As vítimas do desabamento de um trecho das obras do metrô de São Paulo, foram homenageadas hoje - quando o acidente completou um ano. [A vírgula entre o sujeito e o verbo está na página do JN mesmo]
Depois, algumas informações:
O acesso ao local do acidente continua interditado. Estão interditados 21 imóveis. O laudo técnico sobre as causas e os possíveis culpados não foi concluído. Deveria ter ficado pronto em outubro do ano passado, mas foi adiado para março.
Alguma sonora? Alguma entrevista com o governador ou responsável pelo desastre? Alguma cobrança? Por que até hoje nem o laudo ficou pronto? Por que a área continua interditada? Nada.
Em seguida vem o final:
Entre os veículos soterrados estava um microônibus que passava pelo local.
Nele estava o marido de Thays Gomes, o cobrador do ônibus. Grávida na época do acidente, ela esperava Cauã, hoje com quase um ano.
Revolta de Thays? Reclamação contra o governo? Nada disso, segundo a reportagem. Sobre imagens de uma alegre e inocente criança brincando, o repórter prossegue, antes da sonora de Thays:
Ela diz que guarda boas lembranças do marido apesar de tanto sofrimento.
“Uma coisa boa foi o meu filho, o nosso filho”, diz Thays.
Pois é, da cratera do metrô ficou uma coisa boa... O nosso filho: dela, do marido morto, da cratera do metrô e do Jornal Nacional.
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