PAULO HENRIQUE AMORIM ESCREVEU
O Ministro Marco Aurélio de Mello, o líder da Oposição ao Governo Lula, e mestre de obras da nova sede do TSE, uma obra de três centenas de milhões de reais que Mello pretende construir), voltou ao proscênio, de onde não sai.
O Supremo decidiu por nove votos a um negar o pedido do banqueiro Salvatore Cacciola de anular o processo que corre contra ele.
Quem é o “UM” dos nove a um ?
Só poderia ser ele: Mello.
O mesmo que deu o hábeas corpus que deu a Caccioila a rara oportunidade de se instalar num hotel em Roma, em frente ao Coliseu.
O mesmo Mello que disse que Cacciola tinha todo o direito de fugir.
Ontem, no Supremo, Mello chegou ao ponto máximo de sua competência: explicou por que Cacciola tem o direito de fugir.
Diz o Globo (*2), ao citar o voto de Mello: “A fuga é um direito do homem, o homem não tem a obrigação (????) de se submeter às condições subumanas de nosso sistema penitenciário, de nossas delegacias.”
Não tem a obrigação – como assim ?
Alguém se tranca numa cadeia ou numa delegacia por curiosidade turística ? Antropológica ?
Mas, e se a lei mandar a pessoa para a cadeia ?
Não tem a obrigação de ir para a cadeia, porque a cadeia tem “condições subumanas” – é o “raciocínio” do Ministro (?).
Mas, que juiz é esse ?
Quer dizer, então, que, uma vez que as cadeias e delegacias têm “condições subumanas” ninguém tem a “obrigação” de ficar preso ?
Desse jeito, o Ministro (?) Mello não vai mandar prender ninguém, nunca.
Enquanto as cadeias e delegacias brasileiras não forem como os hotéis suíços -, onde provavelmente se encontra o presidente eleito José Serra -, até lá o Ministro (?) Mello não manda ninguém para a cadeia ...
Dos três jornais do PIG, o Estadão foi o único que não disse que Mello foi o “UM” dos nove a um. Uma omissão perfeitamente explicável...
Nenhum comentário:
Postar um comentário