segunda-feira, 15 de outubro de 2007

SAÚDE E ALEGRIA PARTICIPA DO SEMINÁRIO DO CANAL FUTURA

Jovens carentes, analfabetos, imigrantes, mulheres, populações de países pobres da África, povos ribeirinhos na Amazônia. Não são apenas a exclusão social e a baixa auto-estima os unem.
Esses e outros grupos vêm participando de projetos de comunicação voltados para a transformação social. Representantes desse tipo de trabalho estiveram presentes no segundo dia de palestras do Seminário Internacional do Canal Futura e trocaram experiências.

Cultura ribeirinha

Para Fabio Anderson Rodrigues Pena (abaixo), a palavra chave é auto-estima. “E ela se fortalece com a organização em grupo, participação política e com a formação de lideranças”, afirma. Ele é coordenador do Projeto Saúde e Alegria, na Amazônia.
Fabio arrancou aplausos efusivos da platéia durante o Seminário. “É preciso usar arte e brincadeira para que a intervenção não seja apenas dizer o que eles têm que fazer”, afirmou.
O Saúde e Alegria percorre de barco comunidades em Santarém, no Pará, fazendo trabalhos de higienização, saneamento básico e monitoramento. Além disso, apresenta peças teatrais educativas com um grupo circense.
O grande sucesso do projeto, no entanto, é o Sistema Mocoronga de Comunicação, uma rede que abriga rádios comunitárias, jornais e oficinas de vídeo. São veículos usados pelas pequenas comunidades da região para falar delas mesmas.
“O isolamento dessas comunidades fazia com que não houvesse identificação com a grande mídia. Eles não se viam representados”, explica Pena. “Com o Sistema Mocoronga, criamos uma possibilidade dos povos serem autores e atores de sua programação”, diz. “Eles passam de um processo de renegarem a própria cultura, para serem documentadores dela".
Quando questionado sobre o porquê do nome Mocoronga, ele explicou: “Era como se chamavam aqueles que nasciam em Santarém". "Depois virou sinônimo de índio preguiçoso! É óbvio que usamos o nome propositadamente”, conclui.

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