quinta-feira, 18 de outubro de 2007

PENSAMENTO DA NOITE

UNANIMIDADE BURRA

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 11,25%. Ainda não foram divulgados os motivos da decisão. Uma nota distribuída após a reunião informou, em típica linguagem tucana, que “avaliando a conjuntura macroeconômica, decidiu fazer uma pausa no processo de flexibilização da política monetária”. Quando a ata da reunião for divulgada, o motivo apontado deve ser a inflação. Ou a ameaça de inflação. Ou a possibilidade. Ou o medo da inflação. Ou algo do gênero.

A nota divulgada pelo Copom, após a reunião, deveria dizer assim: o Banco Central tem o firme propósito de colocar areia no processo de crescimento da economia. Seria mais honesto com o distinto público, que além de pagar os salários dos integrantes do Copom, suporta suas decisões e poderia ser poupado da hipocrisia tecnocrática.


A decisão do Copom foi unânime. Homenagem a Nelson Rodrigues, certamente. Quase unânime foi a reação negativa. Na contramão, aqueles que –como o Copom-- maximizam os “sinais inflacionários” e colocam em segundo, terceiro ou quarto plano o impacto da taxa básica sobre o câmbio, sobre a dívida pública e sobre as demais taxas de juros da economia.

Ninguém é contra uma política séria de combate à inflação. Acontece que a decisão do Copom não é séria, se com este termo queremos dizer comprometida com os interesses nacionais e/ou baseada em argumentos técnicos consistentes.

Ao longo do tempo, esta política chegou a fazer do Brasil o Campeão mundial de juros reais. A autonomia de fato do Banco Central contribuiu para uma taxa de crescimento abaixo de nosso potencial. O presidente Lula lembrou que a Selic pode mudar a cada reunião do Comitê de Política Monetária. Mais seguro seria mudar a composição do Comitê. Uma boa hora seria agora.


Um comentário:

Anônimo disse...

Warren Buffet, uma das maiores fortunas do mundo, disse que esta investindo em reais. É isso aí. Aumenta-se a carga tributária para oferecer os juros mais altos do mundo, a commodity brasileira de ganho certo e líquido.

É o dinheiro dos impostos que vai engordar o cofrinho do Buffet. Depois, se acusa o miserável que recebe Bolsa Família de ser o culpado do aumento de gastos.