O LINCHAMENTO DO PADRE

Os governos de São Paulo, do PSDB e do PFL, lideraram na imprensa, particularmente no Estadão, na Folha e na Veja, uma campanha abominável contra o padre Lancellotti por ele ter ousado questionar as rampas antimendigos e, assim, questionado o intocável (para a mídia paulista) José Serra.
Não sou advogado do padre Lancelloti, mas, diante de Deus, em nome da decência, torço para que os Mesquita, os Frias, os Civita, Serra, enfim, que todos aqueles que têm motivos para promover o linchamento do padre, que tenham o pingo de decência e parem de provocar o julgamentos sumários por achar ou por ouvir dizer.
1. O depoimento em “off” da ex-funcionária da Febem é para ser lido com toda precaução possível. Padre Júlio sempre teve inimigos de peso na estrutura da Febem e da polícia. Valer-se acriticamente do depoimento da mulher é leviandade jornalística.
2. O depoimento do casal preso é para ser lido também com toda a reserva necessária. Eles estão presos e necessitando de um álibi. Anteriormente ameaçaram acusar o padre de pedofilia, depois recuaram. Não dá para descartar o depoimento. Não dá para aceita-lo sem outras provas.
Não dá para se perder de vista que o padre Julio trabalhava em ambientes freqüentados por criminosos. Não é à toa que o Tadeu Zanoni e o Sancho, leitores com formação jurídica, estão escandalizados com essa inversão das acusações.

Há gente de bem afirmando que o padre deu o carro ao delinqüente depois que este mandou espancarem o religioso e sua mãe. Eu acredito.
Há gente de bem afirmando que os delinqüentes fizeram ameaças aos colaboradores do padre Lancellotti. Eu acredito.
Há gente de bem dizendo que ajudou o padre a levantar recursos para ceder à chantagem. Eu acredito.