quarta-feira, 24 de outubro de 2007

MAIS PAULO HENRIQUE AMORIM

E como foi a sua ida para a Globo?

No Jornal do Brasil eu trabalhava com um grande amigo que morreu, o Hedyl Valle Junior, que já tinha trabalhado na Globo, no Globo Esporte, e falava: “Paulo Henrique, cai fora, isso aqui não tem futuro, vai rodar 100.000 exemplares e amanhã vai estar enrolando carne num açougue no Leblon. Vamos pra televisão, falar pra 10 milhões de pessoas”. Fiquei debaixo de um problema muito grande, porque o jornal já estava em decadência, início da descida aos infernos e tinha que cortar, e cortar e cortar e cortei, cortei, cortei até que um dia eu digo não, não vou cortar mais porque, se eu cortar aqui, o jornal vai virar outra coisa, e ao virar outra coisa não quero mais trabalhar nesse jornal. E aí imediatamente fui trabalhar na recém-criada TV Manchete, tive um cargo de editor executivo. Eu não sabia nada de televisão e fui tentar conhecer a carpintaria do negócio; e tinha lá um programa chamado Debate Manchete, ancorado pelo Arnaldo Niskier, quando faltavam entrevistadores, ele me botava para entrevistar. E o Armando Nogueira me viu entrevistando e achou que eu tinha jeito para fazer televisão.

Você acha que José Serra não vai, quem será?

Ah, aí não sei. Quem o Lula vai beijar na testa eu não sei. A única coisa que eu sei é que o Vesgo (do Pânico) tem mais chance que o Serra. Eu tenho um problema pessoal, vou contar outra história. Saí de Nova York, fui contratado pela Bandeirantes. Dobrou o salário, nunca vi tanto dinheiro junto. Chego lá, fui conhecer o seu João (Saad). Ele já estava meio baqueado, doente. Conversa vai, conversa vem, eu falei: “Seu João, vou fazer o principal jornal da casa, queria que o senhor me desse umas orientações, que não quero criar problemas”. “Não, eu estou no fim da vida, quero morrer com um jornal de prestígio na casa.” “Mas, seu João, pelo menos me diz de quem não posso falar mal.” “Não, você fica à vontade.” “Mas isso não existe. O senhor deve ter algumas pessoas de quem goste mais, não quero pisar na bola.”(...)

Quando?

Dois anos atrás. A empresa me encomendou um quadro que combatesse o Canuto, da Globo. E arrumei uma figura adorável, meu bom amigo Luciano Faccioli, que é gordão que nem o Canuto. E o Faccioli tinha uma linha de produção de uns pivetes lá, uma garotada infernal, que saía pela cidade fotografando, filmando, câmara escondida, buraco na rua, hospital... Bom, a Marta era prefeita da cidade. Cada dia um escândalo: o quadro chamava Assim não Dá! O Faccioli chegava na porta do hospital caindo aos pedaços e falava:“Assim não dá!” A Marta agüentou em silêncio.(...) Mas o José Serra pediu duas vezes a minha cabeça(...)

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NA REVISTA (JÁ NAS BANCAS)

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